Capítulo 10 - Um dia eu te conto

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— Nossa, foi muito divertido, não acha? — Vanessa falou. A médica sentou-se no banco de madeira do parque, abriu a embalagem do algodão-doce e tirou um pedaço. — Meu Deus, como isso é bom! — disse, pegando outro pedaço do doce e comendo.

Fernando sorriu, abriu a garrafa de água e deu um gole. Porém, quando voltou a encarar Vanessa, percebeu que sua bochecha estava suja e riu.

— O que foi?

— É que tem um negócio na sua bochecha... — Ele riu, em seguida, apontou para o rosto dela.

— Saiu? — perguntou, passando a mão pelo rosto.

— Sim! — falou, e voltou a mexer na garrafa.

Fernando brincava com o frasco, jogando-o de uma lado ao outro no ar enquanto tentava ser mais rápido que a gravidade, mas logo caiu no chão. Vanessa riu alto quando percebeu que o objeto havia estourado, esguichando água para todos os lados. Rapidamente, levantou-se e, com a mão, tentou limpar os pingos de água que salpicaram seu casaco branco. Fernando fez o mesmo, mas em segundos começaram a rir da gafe.

Eles decidiram encerrar a noite depois daquilo, pois estavam molhados, e o frio era tanto que começavam a congelar. No caminho, comentaram sobre como estava sendo a adaptação de Fernando em uma nova cultura, mas Vanessa era coreana e tinha morado lá até seus dezessete anos, por isso ela compartilhou algumas dicas de alimentos que Fernando poderia comer.

Quando finalmente chegaram ao condomínio, Fernando Walk parou na porta da casa de Vanessa, que ficava ao lado da sua, e disse:

— Obrigado pela noite, Vanessa Kim — falou, e inclinou o corpo para fazer a saudação coreana.

— Olha só, você aprende rápido mesmo! — Riu, dando um tapinha no ombro dele.

— Tive uma boa professora! — Ele aproximou-se dela, estendeu os braços e a abraçou. Ficaram ali por alguns segundos e, finalmente, despediram-se.

— Boa noite! — ela falou, distanciando-se para entrar em casa.

— Boa noite! — Fernando sorriu e acenou ao mesmo tempo.

[...]

Na manhã seguinte, Fernando não teve muito tempo de descanso, mas no horário do almoço, Paulo ligou para ele através dos óculos que conectava as pessoas ao metaverso.

— E aí, Nandinho — o médico disse. Ele começou a caminhar pelo escritório do amigo com o objetivo de analisá-lo. — Vejo que você e Vanessa ficaram realmente muito próximos, né? — falou, apontando para o porta-retrato que estava em cima da mesa de Fernando.

— Não é o que você está pensando. Esse foi um presente que recebemos dos médicos coreanos — defendeu-se.

— Calma aí, Nandinho. Você e minha irmã terminaram há meses, não é como se você tivesse traído a Melzinha, né? Você é livre agora.

Traído... — ele repetiu a palavra que mais chamou sua atenção.

— Desculpe! — Paulo disse, fazendo um movimento de abraço em si mesmo, pois o metaverso ainda não tinha conquistado o objetivo de fazer os usuários terem sensações tão vivas e reais.

— Tudo bem, de vez em quando lembro da Melissa, e talvez ainda goste tanto dela que me prenda em um amor acabado. — Ele voltou a olhar o porta-retrato que estava atrás da foto com a Vanessa.

— Então, por que não dá uma chance? Melzinha realmente era uma boa namorada até a traição, mas você não precisa ficar preso a ela o resto da vida, né?

Te Entreguei Meu Coração ❤️ - Série Médicos Do Fim  [FINALIZADO]Where stories live. Discover now