Capítulo 23 - Eu também senti

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Atenção médicos e funcionários, código vinte! Entrando em alerta máximo! Por favor, se dirijam a seus postos! Repito, estamos em alerta, por favor, dirijam-se aos seus postos!

ISTO NÃO É UM TREINAMENTO.

Novamente, o autofalante do hospital voltou a reproduzir um barulho agudo e, em seguida, o aviso de alerta foi propagado por um cão-robô/enfermeiro que caminhava pelos corredores. Imediatamente, todos os funcionários começaram a entrar nos quartos, desconectaram as camas dos pacientes e correram para os elevadores subterrâneos.

No meio da confusão, Paulo, Rebeca e Fernando davam ordens para que tudo fosse feito com muito cuidado, mas viram Gustavo vindo em suas direções e sentiram uma pontada no coração, como se pela expressão de preocupação dele já soubessem que algo estava muito errado.

— Onde está a Melissa? — Gustavo perguntou gritando, ainda se aproximando deles. Ele colocou os dedos no ouvido, pois o barulho do alarme, do robô, junto com as vozes das pessoas desesperadas impediam que ele ouvisse qualquer coisa direito.

— Como assim? — Fernando gritou de volta em um tom preocupado. — Ela não estava com você?

— Melissa disse que queria gravar um vídeo — respondeu depois de parar perto dos amigos. — Nos separamos nesta madrugada, por volta das três da manhã!

Fernando passou as mãos pelo pescoço, guiou os olhos entre a multidão para tentar encontrar a ex-namorada, mas era quase impossível.

— Eu vou procurá-la! — respondeu, já se preparando para correr.

— Espera, Fernando! — Paulo segurou o seu braço. — Lá fora está uma loucura, cara. O melhor abrigo é aqui. Talvez Melzinha esteja no telhado, vamos procurá-la dentro do hospital.

— Sim, ele está certo! — Gustavo disse que sim com a cabeça.

Pela décima vez, ele sacou o celular do bolso, o desbloqueou e tentou ligar para Melissa, mas deu que o aparelho estava desligado.

— Ela não está atendendo! — disse depois de encerrar a chamada. Em seguida, respirou fundo para tentar manter a calma.

— Esperem aí, onde está a Vanessa? — Rebeca resolveu comentar. — Será que...

— Eu não quero pensar nisso, Rebeca! — Fernando a interrompeu, e deu as costas para todos.

— Aonde você vai? — Paulo gritou antes que o amigo ficasse longe demais.

— Eu não sei! — exclamou, erguendo os braços no ar. — Só preciso encontrá-la.

Ele voltou a correr e sumiu no meio da multidão.

— Vamos nos dividir. Gustavo, você procura a Melissa primeiro, nós vamos depois. Ainda tem muita gente aqui que precisa chegar no abrigo o quanto antes! Becca, você me ajuda? — Paulo disse, mas antes que todos pudessem falar, ele voltou a entrar em uma sala aleatória. Depois gritou para uma enfermeira ajudá-lo a retirar o paciente de lá.

— Eu vou com ele, Gustavo. Você ajuda o Fernando a encontrar a Melissa, tá bom? — Rebeca comentou, tentando se manter o mais racional possível. Ela puxou um elástico que estava preso no pulso, abaixou a cabeça, deixando os fios cair para frente e, com um movimento rápido, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo.

— Certo, nos encontramos lá embaixo em uma hora! — Gustavo concordou.

— Até daqui a uma hora — Rebeca disse depois de erguer a cabeça. — Mas lembre-se que se vocês não voltarem em uma hora, só vai sobrar trinta minutos para entrar no abrigo antes que as portas sejam travadas. É melhor correr!

Te Entreguei Meu Coração ❤️ - Série Médicos Do Fim  [FINALIZADO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora