Capítulo 12 - Eles merecem

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— Eu não preciso de sua ajuda — Rebeca disse, abrindo a porta do carro. Ela entrou e sentou-se no banco do motorista. — Obrigada, vou esperar vocês aqui — falou para o mecânico que estava do outro lado da linha, encerrando a ligação.

— Rebeca, para de orgulho — Paulo disse. Ele abriu a porta do carro e sentou-se ao seu lado. Mas a blogueira não disse nenhuma palavra, forçando Paulo a continuar implorando: — Tá bom, então vamos para o hospital juntos, pode ligar o carro!

— Não tem graça — reclamou.

— Eu sei que temos nossas rixas, mas não te odeio a ponto de largar você no meio da estrada, às cinco da manhã, Rebeca.

— Eu já falei que não preciso de sua ajuda, Paulo — disse firme.

Rebeca guardou o celular no bolso da calça e saiu do carro. Ela olhou ao redor, tentando encontrar uma saída melhor para resolver aquele problema. Qualquer coisa poderia ser mais viável do que chegar ao hospital no mesmo carro que Paulo Caller. Porém, mesmo com a mente a todo vapor, não conseguia pensar em nada.

— Você tem certeza que não precisa de ajuda? — perguntou, encostando-se na lataria do carro vermelho.

— Absoluta! — declarou, ainda olhando ao redor.

Okay, pode ficar aí e esperar o resgate aparecer em duas horas. Até lá, tente não encontrar nenhum assassino, animal selvagem ou ficar morrendo de frio em uma tempestade de neve — falou, segurando o riso.

Enquanto viu o médico caminhar lentamente em direção ao carro prata estacionado do outro lado da pista, Rebeca sentiu medo. Tinha muitas qualidades que faziam qualquer pessoa se apaixonar por ela na primeira conversa, mas o medo era seu ponto fraco. Ela começou a imaginar que talvez alguma onça poderia pular do meio da floresta que ficava ao lado do acostamento e, sem lhe dar chances, acabar com sua vida. Pensou que algum carro poderia parar a fim de ajudá-la, no entanto, também tinha a hipótese de que o dono do veículo pudesse ser um homem mau, com pensamentos impuros. Rebeca cogitou tantas tragédias em milésimos que começou a suar frio.

A blogueira virou para olhá-lo se distanciar e sentiu que talvez fosse melhor correr e implorar por ajuda. Mas antes de dar qualquer passo, ela o viu parar e dar meia-volta.

Paulo caminhou em sua direção e, quando finalmente estava cara a cara com ela novamente, sem dizer nenhuma palavra, segurou em seu braço e começou a puxá-la em direção ao seu carro. Se fosse em outra ocasião, Rebecca lhe daria uma bofetada muito bem dada, mas isso se fosse em outra situação. Ela estava apavorada demais para pensar em qualquer coisa desse tipo.

— Coloque o cinto — falou. Paulo colocou o cinto de segurança e ficou esperando Rebeca colocar também. Mas ela estava tremendo tanto, que mal conseguiu soltá-lo da trava. — Você ainda tem crises de pânico, não é? — perguntou preocupado. Depois se aproximou do banco do carona, puxou o cinto com calma e prendeu na trava magnética.

— Obrigada... — ela disse, sem graça. A blogueira percebeu que uma crise de ansiedade e pânico estava prestes a chegar e logo deu início ao exercício que seu psicólogo havia ensinado, mas não estava resolvendo. Ela começou a sentir calafrios e logo começou a chorar.

— Onde está seu remédio, Rebeca?

— Eu... eu não lembro — falava pausadamente, ainda trêmula.

— Tá bom, espere aqui. Eu já volto — disse em um tom tranquilo.

Ele abriu a porta do carro, deu meia-volta no veículo e parou em frente ao porta-malas. Rapidamente, deu um toque nele e a porta foi aberta.

Te Entreguei Meu Coração ❤️ - Série Médicos Do Fim  [FINALIZADO]Where stories live. Discover now