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Através do vidro da janela arredondada, Adam olhou a luz vermelha e piscante na ponta da asa do avião, buscando nela uma boa distração para seus pensamentos.

Ele tinha acatado o pedido de sua noiva, Silvana, para irem viajar à mansão da família dela a qual ficava a uma grande distância de seu país natal. Cerca de dois dias para poder chegar, optando pela viajem aérea.

Mas além de ter concordado, e depois de tanto tempo... se deu conta de que estava enganado.

A euforia e paixão dos primeiros meses, foi algo que lhe encobriu os ouvidos e os olhos, para manter-se tanto tempo ao lado de Silvana. Era uma verdade dura. Ele estava comprometido com a mulher que tanto disse estar apaixonado nos primeiros meses que se conheceram, mas a mesma mulher que não se viu mais como antes.

Adam tinha uma responsabilidade sobre seus ombros, estava enroscado dos pés à cabeça logo a alguém que não era uma das melhores.

Silvana, além de ser uma mulher de alta linha, não era fácil de se lidar em relação a perder algo ou alguém, além do seu temperamento. E mesmo que ela não suportasse a crença de Adam em Deus, ela não iria permitir que a perca dele acontecesse tão facilmente. Mesmo, não o amando mais.

Adam temia sériamente que algo poderia acontecer. E segundo ele, o melhor a se fazer era permanecer da mesma forma quando tudo começou, mesmo que isso custasse anos. Ele sabia perfeitamente da vontade de Deus para sua vida, que Deus tinha o melhor para ele. Mas mesmo assim, ele estava forçando a si próprio a continuar.

Adam desprendeu o corpo, já em terra. Silvana, à sua esquerda, foi despertada por ele.

— Já chegamos? — ela murmurou, olhando para o lado, as mechas louras correram para o lado esquerdo de seu rosto cumprido.

Silvana tinha uma beleza madura, seus olhos azuis sempre estavam prontos para julgar algo ou alguém. Ao contrário dos de Adam, que sempre via a bondade das coisas e torcia para um mundo melhor. Ele tinha uma beleza que fez Silvana, desde o início do relacionamento, passar a olhar as outras mulheres que o encarava, ou tinha um sequer resquício de desejo, com ódio.

Adam, além da sua beleza, tinha um cargo alto e que o fez reconhecido. Psicologia brilhou em seus olhos quando a descoberta sobre a profissão lhe foi chegada. E com muita dedicação e apoio de sua família e mãe, o homem teve a oportunidade de avançar e se tornar um dos maiores psicólogos reconhecidos do seu país. E Silvana o admirava pela tal ousadia que ele mesmo teve em alcançar um nível tão alto, sem se limitar.

— Estou cansada — confessou, quase bufando.

— Poderemos descansar em breve, já chegamos na sua cidade.

Ela forçou um sorriso para Adam, abriu os olhos e ergueu a si mesma para passar suas mãos em suas malas. Seguindo um atrás do outro, saíram do avião cumprimentando gentilmente os funcionários e os seguranças já que os esperavam. As malas foram postas nos carrinhos de ferro, logo sendo levadas por Adam e Silvana separadamente, os homens de terno seguiram mais ao fundo.

Adam deslizou seus olhos pacientemente pela estrutura do aeroporto de Monte Cristo. Tudo ali estava em processo de evolução em relação à tecnologia, na verdade o mundo todo estava em progresso. O homem pensou um pouco sobre a cidade e no que ela poderia oferecer, ele não tinha pesquisado nada antes. E seria a primeira vez que iria conhecer pessoalmente a família de sua noiva.

Silvana não era de falar muito sobre as pessoas em que a viram crescer, era mais inclinada a dizer de si mesma do que eles. Apenas sua tia era uma excessão.
Então, Adam tinha que se preparar para os novos momentos que o esperava.

Simplesmente, Você | Livro I Where stories live. Discover now