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Vislumbrados com a apresentação perfeita dos novos amigos, eles não conseguiram desviar seu olhar até que eles voltaram.

— Meu Deus, isso foi incrível! — comentou Mavi.

— Como vocês conseguiram apresentar isso tudo em tão pouco tempo? — indagou Sol.

— Bons anos de prática — piscou Taís — Me dê a caixa, Margareto. — pediu. Ele a entregou, e em segundos a deixou em frente à Mavi — Para você.

— Para mim?!

Os olhos da jovem, que antes estavam espantados, se esticaram. Havia tanto dinheiro que seu coração chegou a saltar dentro do peito. Mesmo trabalhando a tanto tempo naquele mesmo ponto, nunca tinha arrecadado junto aos outros uma quantia tão boa quanto aquela.

— Gente, eu...

— Apenas aceite, Mavi — pediu Taís — Eu sei muito bem o que é estar na pele de vocês. Eu já passei por isso. Mas graças a Deus, hoje sou eu que posso ajudar as pessoas.

— Isso é muito bonito da sua parte. Mas eu não sei se um dia eu vou conseguir te retribuir.

— Me dando um abraço, poderá ser o pagamento...

Sem se importar com o corpo de Taís encharcado pelo suor, Mavi a abraçou.

— E você não me disse seu nome.

— Me chamo Mavi.

— Que nome lindo!

— Poderia ser até um nome artístico — comentou Margareto.

— Ela ficaria linda atuando como uma personagem no palco dos circos — disse Petrúcio

— Obrigada à todos pelo elogio. Mas eu já estou bem acostumada nas ruas — confessou Mavi, já risonha.

— Nós te entendemos — contou Taís — Mas temos que ir agora. Até mais! — acenou com os dedos.

— Até...

Eles três correram em direção contrária, sendo seguido pelos olhos de quem os tinha assistido.

—... eles são bem legais — disse Paulo, erguendo seu amigo ao se levantar.

— É verdade — afirmou Bento — Eu posso até não vê-los, mas tenho certeza de que são!

— Principalmente a mulher. Ao mesmo tempo que ela mostrou elegância, mostrou humildade como a gente.

— Você ouviu o que ela disse? Ela disse que já viveu como nós, ou seja, ela tem a noção do que passamos na rua.

— É verdade...

— E além disso — manifestou-se Mavi — Agora temos dinheiro o suficiente para comprar comida!

Os três saltaram de alegria e entusiasmo, agradecendo a Deus por aquilo. E juntos à Mavi, permaneceram pacientes em cada lugar que foram para comprar a carne, legume, e outros pacotes. Dividindo o peso entre si, enquanto tomaram cuidado pelo mandado de Mavi, chegaram depois à cabana.

Genésio já os esperava, envolto pelo edredom enquanto era aquecido pelo calor da fogueira. Sol foi a primeira à disparar em sua direção para lhe dar um abraço e um beijo no rosto.

— Você não sabe da maior, Genésio. Apareceram pessoas muito boas para nos ajudar!

— E o melhor de tudo, é que eram palhaços! — exaltou Paulo.

— Estão falando sério? — questionou Genésio, levando seu olhar para Mavi, a qual guiava Bento com uma das mãos livres.

— Eles estão falando a verdade, Genésio. Palhaços nos ajudaram a comprar o que temos hoje a noite — afirmou ela, sentando-se no troco de árvore, próxima à fogueira — E eles mesmos disseram para que nós ficássemos com o dinheiro.

Simplesmente, Você | Livro I Onde as histórias ganham vida. Descobre agora