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Alberto, o mordomo da mansão, moveu-se o quanto antes ao encontro da mulher em sua mente. E ao vê-la sentada em uma das espreguiçadeiras ao longe, tornou para dentro, voltando acompanhado pelo homem alto, de cabelos e barba negros, olhos intensos e sorriso encantador. Ao redor de seu pescoço claro, o cachecol era sempre o adereço mais presente.

— Silvana... — ela a chamou.

Silvana demorou para soltar o jornal, como reconhecer a voz daquele que a tinha chamado. Ela se virou lentamente, sendo pega de surpresa no final.

— Ricardo! — exclamou, soltando para os braços do homem.

Ricardo era o seu melhor amigo, desde o primário. Tinha sido seu confidente por tantos anos, que pareciam mais dois irmãos do que simples amigos. Tantas vezes Ricardo foi o "salva-vidas" dela em algumas situações, como em momentos em que garotos queriam se aproximar mas Silvana queria se manter distante, em provas que ele sempre a ajudava na matéria até que ela entendesse de uma só vez. Chegaram até mesmo a serem um par no baile de formatura da escola.

Por tanto, a aproximação dos dois foram separadas no ano em que Silvana foi para a Itália. Lá, ela mudou o número de telefone como o e-mail. O que passou a saber de Ricardo, foi por meio das ligações feitas para Vera, e em jornais que ele apareceu. Ricardo não insistiu muito, já que pensou que ela não o teria mais como alguém tão próximo em outro país, iria seguir sua vida de pintor, e assim o fez.

— A quanto tempo, Ricardo!

— Pois é... — mordeu os lábios, unindo suas mãos a dela. — E como você está?

— Estou incrivelmente bem! Tenho uma vida completa até agora... Mas falta apenas um detalhe ainda... — deu de ombros — Mas não vamos falar de mim! Vamos falar de você!

— De mim? — sorriu.

— Mas é claro! Eu acabei perdendo contato, mas agora que estamos juntos não precisamos ficar perdendo tempo com besteiras! Venha, se sente aqui... — ela disse, se afastou e se sentou na cadeira de jardim ao lado. Ricardo fez o mesmo. — E então? Como foram todos esses anos?

— Com muito esforço e trabalho, consegui obter muitos resultados.

— É assim que se fala... Depende do seu esforço para que seus objetivos sejam alcançados.

Ele deu um breve sorriso.

— E eu sou muito grato por ter alguém como você, dessa forma. Quando eu soube que estava aqui, peguei o primeiro avião para vir te ver!

— Está falando sério?

— Sim... Os meus planos era passar o natal no interior — levou seus dedos para o rosto de Silvana, silenciosamente — Mas quando eu soube de você, eu não pensei duas vezes!

Silvana se sentou lisonjeada pela forma que Ricardo contou.

— Eu faria o mesmo se você estivesse por perto o suficiente...

O ar pareceu árido para seu estômago, um aperto.
Mas macio ao mesmo tempo.

— Mas, me conte sobre você, Silvana. — Vicente retirou sua mão, a deixando sobre a perna — Como está sendo sua vida?

— Está sendo boa demais. Tenho ótimas condições, não estou passando nenhuma necessidade, sou muito bem bancada por minha família — sorriu — E tenho um noivo maravilhoso.

—... noivo?

— Sim e... — Silvana olhou para trás, por reflexo. Seus olhos encontraram com o mesmo homem que acabou de citar — Ah! Ai vem ele.

Simplesmente, Você | Livro I Where stories live. Discover now