Simplesmente, Você | Livro I

32

Torcendo as mãos por debaixo da blusa, Mavi permaneceu com seus olhos atentos, ao longe, na mulher que nunca tinha visto antes mas que sabia que estava fazendo companhia a Adam — desejando saber quem realmente era, mesmo tendo certeza de que acabaria sendo até julgada.

—... mas quem deve ser ela? — murmurou.

A voz atrás dela a fez pular de surpresa, sua mão correu para seu peito ao reconhecer quem era.

— Ai! Quase que você me mata de susto!

Adam gargalhou.

— Desculpe, não foi a minha intensão... mas é que quando eu vi que você estava aqui, não perdi meu tempo para vir. — contou — E eu achei bem estranho você não ter ido falar comigo.

—... a-achou?

— Sim! Sempre mantivemos contato desde o dia em que nos tornamos bons amigos.

— É... — arrastou uma das suas mechas para trás da orelha — Isso é verdade.

— E por que não foi? — indagou, cruzando os braços em frente ao peito, mantendo um sorriso no canto do rosto.

— Pra falar a verdade?

— Sempre.

— É que... aquela moça que veio com você, me deixou um pouco com medo.

— Medo?!

— É... Mas não, medo medo. Mas... receio. Eu acho que diz assim.

Adam deu um risadinha, coçando o canto do olho.

— Mas Mavi, não há motivo ou razão alguma para que você ache isso.

— E por que não?

— Mavi. Ela é a minha mãe.

A jovem o olhou boquiaberta, dando mais um motivo para Adam rir.

— Minha nossa, eu não sabia!

— Pois é.

— Ela é bem jovem, e é muito bonita também... Vocês tem até uns traços parecidos mesmo.

— Todos dizem isso — contou — Mas a minha mãe eu sabemos que, no fundo, eu também carrego o rosto do meu pai comigo.

Mavi suspirou, olhando para moça.

— E acredite, Mavi. Ela é tão boa quanto eu.

— Sério? Ela parece ser tão fina.

— De fato ela é. É dona de uma grande marca e é bem reconhecida... Mas nunca deixou de ser verdadeiramente que ela é, uma boa alma.

—... eu imagino que sim. Só uma alma assim viria aqui — o olhou — Como você, que começou isso tudo.

Adam assentiu, parando sua mão por detrás da de Mavi. Ela hesitou, e olhou sem entender ao sentir o contato da palma do seu amigo contra a sua.

— Vamos, venha conhecer ela.

— Conhecer?! Não, não... Eu estou muito bem aqui.

— Não tem nenhum problema, Mavi. Vamos. Não vai lhe custar nada e eu aposto que ela vai adorar te conhecer!

— Adam. Não.

Ele parou.

— Por quê?

— Eu só não quero ir, está bem?

Adam suspirou.

— Tudo bem, Mavi. Mas isso não anula o dia em que você irá a conhecer — alertou. — Vai ser algo muito especial estar perto das duas pessoas que vem me fazendo um bem incondicional.