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— Quem deve ser você, menina?

Desde o momento em que os olhos de Adam repousaram naquela que tinha visto pela primeira vez naquela manhã, sua mente não parou de atormentar. Seu desejo  desejo de conhecer aquela que tinha visto pela primeira vez, aumentou a cada segundo.

Ele não estava apenas daquela forma por ter visto a beleza tão grandiosa da jovem por debaixo de toda aquela sujeira, mas sim, porque ele sentiu que seu olhar foi bem mais profundo...

Deus estava naquilo, ele podia sentir de alguma forma.

Uma das empregadas da casa se responsabilizou em chamar Adam para o almoço, ele não recusou e se retirou o quanto antes do quarto. Entretanto, seu caminho foi interrompido pela presença de quem não pensou muito nas horas e minutos anteriores. Chegou até mesmo ser surpresa vê-la ali.

— Adam...

— Silvana — cruzou os braços em frente ao peito, soltando um suspiro de seus lábios.

— Que bom que finalmente nos encontramos. Precisamos mesmo conversar.

Adam assentiu, em concordância. Silvana deu um passo a frente, tornando-se próximo do homem.

— Adam... Eu sinto muito pela forma que eu me comportei ontem. Eu não deveria mas acabei fazendo — contou — Querendo ou não, eu estava ainda cansada da viagem. Eu estava eufórica por nossa chegada aqui!

— E isso justifica também, o fato de você ter me escondido durante o nosso namoro sobre a sua tia?

— Me entenda — pediu — No começo do nosso relacionamento, eu queria estar sempre ao seu lado, queria ter sua companhia apenas para mim. Eu não quis falar muito da minha família porque na época eu não achei necessário e...

— E quando me trouxe para cá, “quando achou necessário”, me escondeu que tem mais uma tia.

— Eu não escondi nada, eu acabei esquecendo, Adam!

— Escondendo? — indagou — Você mesma admitiu e deixou claro que tem vergonha da sua tia só por conta do que estado dela, Silvana... Isso não se faz!

— Eu sinto muito, Adam... Eu sinto muito! — suplicou.

Adam fez de tudo para que sua serenidade permanecesse intacta.

— Estamos noivos, iremos nos casar! Por favor, esqueça do erro que eu cometi! — suplicou — Você já sabe toda a verdade agora, e eu já digo que estou triste se você está tendo uma má ideia da minha pessoa só por ter omitido sobre alguém... — ela avançou, levado sua mão esquerda para o rosto de Adam — Por favor, meu amor.

Adam fitou a Silvana. E por fim, assentiu.

— Está tudo bem, Silvana. Não precisa dizer mais nada — deu de ombros.

— Ai! Por isso que eu amo você. É um homem inteligente e não se amarra ao passado! — o beijou, dando-o uma imensa vontade de limpar-se com o distanciamento dela — Venha, os outros nos espera no jardim! — sorriu, o puxando para fora.

Sendo levado tão as pressas, Adam desejou imensamente conseguir se soltar e ir embora o mais rápido que podia. De repente, estar ao lado de Silvana não estava mais sendo como antes. Talvez poderia ser porque ele estava ainda ressentido com a atitude de Silvana, pela forma que ela se comportou, pela forma que ela o tratou para que tudo acabasse bem entre os dois... ou, a presença dela não era mais tão suportável.

Eu não posso fazer nada, tenho que seguir conforme as minhas escolhas que já foram feitas. Pensou.

Silvana não tinha mentindo, seus tios e prima já estavam aguardando à eles dois para poderem comerem juntos. Eles se cumprimentaram num gesto costumeiro, Adam puxou a cadeira de Silvana e a dele.

Simplesmente, Você | Livro I Onde as histórias ganham vida. Descobre agora