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Rabiscando o papel com força, sem se importar com o aroma forte da caneta, Patrícia sequer notou a chegada da mulher ao seu lado. Quando a voz dela soou, seus olhos a encararam espantados.

—... ah. Oi Lúcia.

Lúcia deu um pequeno sorrio, avaliou a grama, e com cuidado se sentou ao lado da jovem.

— O que tanto escreve nesse caderno, em?

— Não é nada, sem importância — deu de ombros.

— Parece ter importância quando você exerce tanta força e mostra por meio dos rabiscos que sua mente não está nada bem — sua mão parou na cabeça de Patrícia — Pode me dizer o que está acontecendo com você?

— Sabe, Lúcia — suspirou — As pessoas conseguem fazer com que outras fiquem mal, só porque tem algum tipo de influência, não é?

— Sim. Elas fazem o que podem para ganhar o que querem.

Patrícia suspirou, olhando com desdém para a grama.

— É exatamente o que aquele patife quer! — praquejou — É isso! E quando ganhar, na primeira oportunidade, vai deixar claro o quão manipulador e mentiroso ele é!

— Eu não estou conseguindo te entender.

A jovem a olhou, vacilante.

— É que tem uma pessoa, que é amigo da minha prima Silvana. Mesmo que eu o conheça a tão pouco tempo, tem uma coisa nele que, que... ai, eu não sei explicar mas é algo que me deixa totalmente mal quando eu o vejo!

— Meu Deus — sussurrou — Quem é ele, Patrícia?

— Ele é o...

Patrícia se calou absolutamente quando a presença de Silvana surgiu como uma sombra atrás das costas de Lúcia, seus olhos estavam vidrados contra o seu passando a mensagem de que ela deveria manter-se de boca fechada.

— Quem é, Patrícia? Quem é? — Lúcia insistiu.

A jovem sibilou, mas som sequer saiu de sua boca. Então, Silvana se achou no direito de intervir.

— O que tanto minha sogra querida, e a minha prima mais amada fazem aqui sozinhas, em?

Lúcia olhou lentamente para seu rosto.

— Estávamos apenas conversando.

— Ah, que interessante — forçou um sorriso — É uma pena que eu as interrompa, mas preciso urgentemente da minha priminha numa escolha muito importante.

O tom de voz de Silvana fez Patrícia se levantar com pressa e pegar os cadernos.

— Até mais tarde, sogrinha — disse Silvana, puxando sua prima com toda a sua força e a levando consigo para subir — Quem você acha que é para falar do Ricardo daquela forma, em? — resmungou, ciente de que Lúcia não as iria ouvir — Também quer envenenar a mente daquela velha contra ele?

— Não! Eu não quero envenenar a mente de ninguém!

— E o que você queria, então. Em!

— Eu apenas estava confessando e dizendo à Lúcia sobre o que eu estava sentindo e...

— Mas de todas as formas você estava se referindo a ele!

— E QUAL É O PROBLEMA EM, SILVANA?! — parou, afastando qualquer temor em sua mente — Por que todo esse cuidado agora com esse amigo?

— Porque querendo ou não, ele é muito especial para mim e eu não vou aceitar que nem você, nem ninguém fale mal dele na minha presença!

— Ai! Eu não acredito que eu estou escutando isso. Se fosse do Adam você não se importaria, não é?

Simplesmente, Você | Livro I Where stories live. Discover now