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De braços cruzados, Adam viu sua noiva se desespedir de cada um depois do mordomo da casa fechar o porta-malas.

— Me telefone quando chegar, está bem? — pediu Vera.

— Tá — Silvana assentiu, andando em direção ao homem — E você, tome cuidado e se cuide muito bem — beijou-lhe no rosto — Sempre me ligue.

—... Ta bom.

Silvana apertou seus ombros.

— É uma pena que não estejamos ainda casados. Senão, iríamos juntinhos!

— Mas mesmo assim, você teria de ir sozinha.

— É — rolou os olhos — Isso é verdade... mas quando eu voltar, todo o meu sonho e o que venho planejando irá se tornar realidade — agarrou as mãos do homem.

Ramón a chamou, impedido-a de permanecer ali. Antes de deixar seu noivo, o beijou, e andou para o automóvel que estava a esperando pacientemente.

Adam a viu entrar sem muita dificuldade, ela mandou um beijo no ar para eles e então o carro deu partida. Ele cruzou os braços, fazendo um rápido pedido em sua mente para que ela pudesse chegar em segurança.

— Espero que ela volte logo — confessou Patrícia, ao seu lado  — Eu sei que a fará bem essa viajem, mas ela faz falta... você não acha?

— Claro, claro... — engoliu em seco.

— Bom, eu tenho que voltar lá pra dentro — anunciou ela, se retirando em seguida.

Adam seguiu Patrícia com os olhos, antes de ser interrompido pelo toque de sua mão em seu braço e a aproximação de Vera.

— E então, Adam? Você já a foi ver hoje?

— Não, ainda não.

— Por que? — indagou Lúcia.

— Eu dei apenas a manhã ao fim da tarde, para que ela possa se decidir, e além do mais, conversamos mais um pouco ontem e ela tem ciência disso.

— Se Mavi não vier, ela terá que baixar a guarda e acabar sofrendo consequências.

— Isso é o que eu estou mais temendo — comentou Vera — Mais ainda pela vida das crianças... — ela hesitou por um momento — Ah, e. Eu falei com o Ramón.

— E ele concordou?

— Eu consegui insistir e ele deve ter se colocado no lugar desses jovenzinhos — olhou para suas mãos — Mas tem uma coisa que ele me falou e me deixou realmente preocupada.

— E e o que foi? — questionou Adam, tomando uma preocupação.

— É que... bom. Ele disse que, como as crianças correm risco de serem tiradas a força de Mavi. Isso mostra claramente que eles podem fazer isso a qualquer momento já que não há nenhuma assinatura dela dizendo que é responsável pelos menores.

O homem recuou, sabendo perfeitamente que aquilo era uma verdade. Mas o que fazer?

— Se não entrarmos a tempo dizendo sobre a guarda deles, podemos ganhar mais complicações ainda do que agora.

— Além de Mavi acabar até não escapando dessa — murmurou Lúcia — Mas, filho. Você pensou no que podemos fazer nesse caso?

—... não, mãe. Pior que não — pôs as mãos na cintura — Minha mente focou tanto em trazer Mavi para cá, que eu sequer tomei consciência das outras coisas que irão acontecer.

— Nós iremos achar uma solução, eu sei que sim... porém, temos o dever de já ter um ideia do que podemos fazer — disse Vera, afastando o cabelo para trás — Querendo ou não, não podemos manter crianças aqui sem nenhum responsável ou sem que tenha algum registro de quem cuida dela.

Simplesmente, Você | Livro I Where stories live. Discover now