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O frio da manhã desceu suavemente pela janelas do quarto em que Adam dormia. Seu corpo tremeu, e num relance seus olhos se abriram. Logo, sua mente tratou de repassar os acontecimentos da noite e dia anterior, da confusão que acabou tendo que enfrentar, e claro, do a fazer que estava sob sua responsabilidade.

O quanto antes, ele agradeceu por sua vida e pediu bençãos. Seus ombros foram acolhidos por um casaco escuro, e em poucos minutos retirou-se do quarto. Uma de suas mãos foi responsável por sustentar seu equilíbrio na descida da escadaria da mansão, a qual levava para a sala principal.

A árvore de natal, com presentes logo em baixo e enfeitada por piscas-piscas, roubou-lhe a atenção e trouxe átona uma fato — ele acabou indo dormir cedo, e sequer esperou a hora da troca dos presentes ou qualquer outra coisa. Ele não tinha comprado presentes, ou trazido, para ninguém.

—... meu Jesus — sussurrou.

Adam moveu-se o quanto antes a fim de encontrar os moradores da casa, por sorte e por o clima estar frio demais do lado de fora, vendo-os na sala de jantar do primeiro andar, com os braços atirados e atentos ao desjejum.

Ele foi recebido por comprimentos de bom dia e "feliz natal", pelo menos assim ele se sentiu menos estranho.

— Estava bem cansado ontem, não é? — indagou Silvana.

Adam apenas lembrou que horas antes, ela estava aos berros com ele a fim de desanima-lo. Ele não estava nenhum pouco a fim de qualquer discussão para aquela manhã, em um dia tão importante.

— Você sequer apareceu para a ceia — disse ela com total amargura em sua voz. — Devia estar bem cansado mesmo.

— Sim... Eu estava — respondeu ele, por fim — Peço perdão desde já, à todos.

— Entendemos, Adam. Fique tranquilo — disse Vera, a mão firme na xícara com café.

— Até eu mesma quis ficar no meu quarto — comentou Patrícia — Mas por tradição, eu fiquei com a minha família querida — sua mãe a fitou, paciente.

Adam deu um breve aceno com a cabeça, puxou uma das cadeiras ao lado de Ramón, que até aquele momento estava calado, sem se importar muito com a expressão de insatisfação no rosto de Silvana.

— Vocês irão sair hoje? — ela perguntou — Eu creio que não, não é?

Adam soltou um curto suspiro, buscando uma paz que aos poucos vinha repousando em seu coração. Ele tinha plena certeza de que Silvana estava ciente dos seus planos presentes.

— Eu ficarei aqui mesmo — manifestou Ramón — Quero poder estar com o papai, ir um pouco ao escritório, e dar uma lida nos livros.

— Vou passar uma boa parte do dia cuidando de mim. Se você quiser que façamos isso juntas, Silvana. Eu não acho problema algum! — anunciou Patrícia.

— Eu irei pensar — Silvana a respondeu.

— Eu não quero atrapalhar os planos de vocês, mas... Por que não vamos todos ver a Maria? — indagou Vera, esperançosa pela resposta de cada um.

— Ai, titia. Me desculpe, mas eu irei ficar aqui mesmo.

— Iremos em família, Silvana.

— Vocês podem ir todos juntos — deu de ombros — Eu não irei me importar, tudo o que eu menos quero agora é ter que estar no meio de tantas pessoas.... bom, vocês sabem.

— Seria bem legal sua presença lá, prima — contou Patrícia — Faz um tempo desde que vocês se viram.

— Eu não irei causar muita diferença na mente dela mesmo — disse, depois de mastigar o pedaço da maçã — Como eu disse e não irei repetir, vocês podem ir que eu irei ficar aqui.

Simplesmente, Você | Livro I Where stories live. Discover now