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Antes que, naquela manhã, o sol desse seus primeiros raios de sol, Mavi acordou seus irmãozinhos o quanto mais rápido que pôde. Silenciosamente, os quatro se retiraram da casa onde ficaram tão bem abrigados durante aqueles pequenos dias.

Por reconhecer que a menininha estava ainda mole no meio da estrada, Mavi a pegou no colo, pedindo para que os meninos seguissem na frente. Antes de não ter mais total visão da casa, deu um pequeno sorriso como uma forma de agradecimento por tudo que pôde viver.

Eles pararam todos juntos, ao mesmo tempo, vislumbrando a cabana que habitaram por tantos anos e viveram tantos momentos. Aonde a lenha era queimada, estava escuro e sem nenhum resquício de uso nos dias anteriores. Tudo estava em seu lugar, mas vazio.

— O que vamos fazer agora, Mavi? — indagou Bento, em busca de seu braço.

Mavi franziu o cenho, tentando passar força para si e para as suas palavras. Engoliu em seco, e então olhou para as crianças.

— Vamos continuar como antes — disse, ainda com a voz dolorida.

— E como poderemos fazer isso sem o Genésio?

Ela sentiu os lábios tremerem, mas os apertou com força.

— Ele está cuidando de nós lá de cima, foi como o que a Nina disse... Agora, temos que voltar a ser como antes. Nós não estamos sozinhos porque temos um ao outro — forçou um sorriso — E sem vocês, eu não vou conseguir viver.

Paulo andou lentamente até a ela, abriu os braços e apertou a contra si.

— Também não vamos conseguir viver sem você, Mavi.

— Nós te amamos muito — afirmou Bento. A jovem o puxou com cuidado para que ele pudesse ao menos abraçar sua cintura do outro lado.

— Somos uma família. Temos um ao outro e ninguém irá tirar isso de nós — disse firme. — O que nos resta agora, é lutar — engoliu em seco — Bom. Vocês devem estar com fome. — inspirou o ar com força. Tinha que ser forte, tinha que lutar por eles — Eu vou deixar a Sol dormindo mais um pouco. Vocês podem descansar também.

— Eu acho que não vou dormir — comentou Paulo, já se afastado — Não estou com sono algum.

— Nem eu — Bento estalou a língua.

— Eu acho que vou para o lago, Mavi.

— Ah... — o olhou por um instante — Você pode levar o Bento para ir com você?

— Claro — deu de ombros — Sem nenhum problema.

Bento sorriu por Paulo não recusar sua presença.

— Olha. Você aproveita e compra algumas coisas para que possamos comer durante esses dias, está bem? — ordenou Mavi, se preparando para andar em direção à cabana — Tem um pouco de dinheiro ainda, e você já sabe onde fica.

Como resposta, o menino os deixou por um momento para pegar o dinheiro, em seguida retornou sentindo calor em suas bochechas redondas.

—... não demorem — pediu Mavi, tocando sutilmente no queixo de Bento.

— Pode deixar!

Paulo deu seu braço para Bento, e assim os dois passaram a andar lado a lado, tendo plena confiança que tinham um ao outro. Mavi fungou, e levantou Sol mais um pouco para poder entrar na cabana. Seus olhos tremeram ao ver a cabana, que estava intacta. Todas as coisas estavam em seus lugares, e incrivelmente sem resquícios de pó. Aonde ela dormia, deitou a pequena, a deu um beijo e se pôs de pé.

O ato de esfregar os braços a fez recordar de que Genésio, antes da sua partida, havia a dado o colar. Desesperadamente, ela buscou pelo o adereço. E ao achá-lo em meio as suas roupas na velha gaveta, soltou um longo suspiro. Ela olhou cuidadosamente, enquanto andou pela cabana.

Simplesmente, Você | Livro I Where stories live. Discover now