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Em meio aos travesseiros de sua cama, Silvana abriu os olhos naquela manhã. Se esticou, sentando-se em seguida. Sua consciência fez questão de a recobrar da noite anterior, da visita de seu melhor amigo, e de Adam...

— Adam, Adam... em até pouco tempo estávamos tão bem... uma pena não estarmos como antes. Uma pena você ser tão chato! Tão sentimentalista... — suspirou — Mas se acha que vai se livrar tão facilmente de mim, hmmm, não vai mesmo. Você está comigo, e estará até seu último dia de vida. Ou morremos juntos, ou você morre primeiro.

Ela afastou as cobertas para descer ao chão, andou para o banheiro e o quanto antes para arrumar-se naquela manhã. Para sua escolha de roupa, uma calça bege, blusa de frio branca, um colar de pérolas brancas e saltos finos. Antes de deixar o quarto, deu uma última passada com sua escova nas mechas louras de seu cabelo.

— Bom dia, senhora — uma das empregadas da cozinha a cumprimentou.

— Bom dia... A minha família já está tomando café da manhã?

— Todos eles já tomaram. Mas o seu Adam está ainda terminando seu desejejum e...

— Que ótimo então, eu irei até ele.

— Mas senhora, ele disse que não quer ser incomodado por mais ninguém. Que quer ficar sozinho!

Ótimo, querendo manter-se o mais longe de mim. Mas você não vai conseguir Adam, não vai. Pensou.

— Ah... Mas isso é bobeira. A minha presença não o atrapalhará em nada. — encenou um sorriso.

— Mas...

— Com licença. — a interrompeu.

Silvana realmente vislumbrou à Adam, tomando café na mesa do jardim. Os ombros soltos, uma das mãos no jornal enquanto a outra na xícara de café. Ela se achegou sorrateiramente, soltando as mãos nas laterais do corpo. Mas estas foram para os ombros de Adam, assim que se pôs atrás dele.

— Bom dia, meu amor — disse, apertando seus lábios contra o rosto cumprido de seu noivo.

Ela puxou a cadeira ao lado, sentando-se em seguida, sem dar atenção para a expressão cansada de Adam — mas além de tudo, no fundo dos seus olhos, havia serenidade. Era como se ele tivesse passado a noite inteira aos prantos, pensativo. E naquele momento, sua mente estava em silêncio.

— Conseguiu dormir bem essa noite? — ela o perguntou.

—... eu consegui um pouco.

Ela levou suas mãos às dele, as deixando ao alcance da mesa.

— Adam. Eu não quero que permanecemos dessa forma. As nossas discussões, as nossas brigas, estão tão frequentes! Eu me lembro claramente que não estávamos assim, algumas semanas passadas.

Ele apenas assentiu, como resposta.

— Estávamos felizes juntos.

Adam soltou um longo suspiro, tendo plena ciência de que a sua felicidade não estava como a que Silvana acreditava.

— Precisamos melhorar nisso... precisamos tentar. — ela disse, firme.

—... isso não depende apenas de mim Silvana.

— Eu sei muito bem disso. E por isso estou disposta a tentar. Por isso quero ser boa para você. Quero que vivemos em plena harmonia!

Adam a fitou, tomando coragem possível para perguntar:

— E você faria isso mesmo? Será que poderia ser possível?

— E por que, não?

—... eu tenho uma mente totalmente contrária à sua. Temos visões que nunca serão iguais.

Simplesmente, Você | Livro I Onde as histórias ganham vida. Descobre agora