Simplesmente, Você | Livro I

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Deixando o escritório um pouco com pressa, Ramón seguiu para os fundos da casa. Sua mente estava tão envolvida com o cômodo, que precisou esperar um pouco até que seus olhos pudessem se acostumar com a claridade do lado de fora. Ele esperou mais um pouco, e só então abriu os olhos. E para a sua surpresa, deparou-se com uma mulher, que ao julgar mesmo sendo de longe, premeditou que devia ser muito fina. Esta, estava conversando com Vera.

E ver sua irmã ali, Ramón decidiu descobrir mais sobre ela.

— Pelo visto, a conversa está muito boa — comentou, as interrompendo.

— Ah, meu irmão — Vera hesitou — Essa daqui é a Lúcia, a mãe do Adam.

— É um prazer conhecer a mãe do noivo da minha sobrinha — a cumprimentou. — Eu sou o Ramón.

— É um prazer te conhecer também, Ramón.

— Chegou hoje mais cedo para fazer uma surpresa ao seu filho?

— Não... Na verdade, ele já sabe.

— Lúcia está aqui desde ontem — contou Vera.

— Nossa, e eu não soube de nada.

— Ontem estava muito corrido, e ela estava bem cansada. Mas ela já conheceu a maioria de nós, e faltava apenas você.

— Ah então — deu de ombros — Tudo bem.

— Bom. O café da manhã já está à mesa, vamos.

Ramón concordou com um aceno de cabeça, as seguindo logo atrás. Eles se sentaram em lugares um tanto diferentes, Ramón próxima de Vera que estava na cabeceira, e Lúcia do outro lado próxima à sua nova amiga.

— Bom dia... — disse Patricia, ao se aproximar. Ela trajava uma roupa simples de corrida, enquanto seu cabelo estava preso atrás de sua cabeça.

— Bom dia, minha filha — Vera a olhou — Já vai sair?

— Ah, sim. Hoje eu decidi que irei me alongar um pouco.

— Hmmm, isso é muito bom. Aproveite para chamar a sua prima, ela anda muito deitada ou simplesmente andando pela casa.

— Já falando de mim por essas horas? — indagou Silvana, surpreendendo a todos por seu aparecimento tão inesperado.

— Eu estava apenas falando algo verdadeiro, minha sobrinha.

— Eu sei titia. — ela puxou uma das cadeiras, sentando-se em seguida.

— Bom — Patrícia esticou o braço para pegar a maça em uma das cestas encima da mesa — Eu já vou indo.

— Não vai nem tomar um café, antes? — perguntou-lhe Vera.

— Não, mãe. Eu vou comer essa maça — a beijou no rosto.

— Está bem. Mas tome cuidado e não demore muito.

— Pode deixar — sorriu antes de se virar e pegar caminho.

Silvana deu um pequeno sorriso depois de mastigar uma pequena fatia de torta.

— O Adam saiu hoje bem cedo, não é? Eu sequer o vi pela casa, e ele não passou por aqui.

— Será que aconteceu alguma coisa?

— Espero que seja algo bom, tia...

Lúcia limpou os lábios com um dos guardanapos encima da mesa.

— Ele saiu por necessidade.

— E como sabe disso?

— Eu acabei o encontrando quando estava de saída. Foi hoje bem cedo.