Capítulo 42 - O Tempo Não Existe

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Faz um ano que eu fui capturado e vim parar aqui. Mas parece muito mais... Eu fui a caça mais fácil da vida dela. Agora eu vivo aqui dentro dessa gaiola isolado de tudo. O meu único contato com o mundo é através da caçadora, que vem aqui me alimentar e me dominar diariamente.

Ela nunca me trouxe um cobertor, um livro ou um travesseiro. Nada! Só ordens... Mas ela está certa, eu não quero sair da gaiola, eu estou apaixonado por ela e me adaptei ao cativeiro.

A luz acendeu, a porta abriu. Vou me ajoelhar, ela gosta que eu me mostre submisso, porque é o que eu devo ser ou parecer. Por hora...

Ela se encostou na grade e me ofereceu os seios, depois levantou a saia e me mostrou a xoxota para eu mamar. Depois que ela goza, ela me bate e urina em mim. As vezes antes do gozo, eu já começo a apanhar. Eu gosto, meu pau ficaria duro se não estivesse preso em um tubo de metal.

A ração entra em um pote e pelo mesmo pote sai as fezes. Às vezes, ela traz um bombom, uma maçã, um cigarro para me recompensar pelo gozo do dia anterior. Mas hoje foi diferente. Depois que ela gozou em mim, ela abriu a porta da gaiola...

- Vem, não tenha medo.

- Não... Por favor!

- Vem, só vou te levar para passear. Não vou te bater. Depois eu te trago de volta.

- Jura?

- Confia em mim...

- Não vai me machucar?

- Não...

- Não vai me vender?

- Não, só se você me desobedecer. Vou soltar a tua coleira da argola, devagar, calma... Isso... Muito bom...

Ela botou uma guia na coleira e me puxou para fora da gaiola. Há um ano que eu não dava um passo, foi difícil, eu caí várias vezes, mas a caçadora foi paciente e firme. Ela me levou para passear pela cobertura...

Deixamos a ala dos cativeiros cruzando uma pesada porta de aço, cruzamos um corredor e nos dirigimos para uma saleta com estantes, cadeiras, quadros, era tudo vermelho, aveludado, luxuoso, parecia um escritório. Ela me mandou ficar de quatro em um tapete macio, sentou-se em um sofá e ficou me acariciando com as botas. Eu estava algemado pelos punhos e tornozelos. Há um ano estava vivendo dentro de uma gaiola de um metro quadrado. Todas as portas estavam trancadas. Eu não teria a menor chance de escapar. Eu não queria.

- Sabe o que é isso aqui?

- Não, Senhora.

- É um bastão de infringir dor. Se fizer qualquer bobagem, vai entender como funciona. Eu adoraria usá-lo em você sem precisar. Mas vou usar se precisar com mais prazer...

- Sim, Senhora.

- Deite-se no tapete... Estique as pernas e aproveite o passeio...

- Obrigado, Senhora, mas por que?

- Porque eu estou mandando. Quero te testar.

- Obrigado, Senhora.

- Se me decepcionar, se me der um motivo, eu te vendo no mercado para o primeiro que pagar meu preço.

- Não vou decepciona-la.

- Vem, vou te mostrar uma coisa.

Ela foi me puxando pela coleira e eu fui cambaleando até outra sala. Ela abriu a porta usando a biometria e a senha. Fui parar em um terraço, estava sol, ofuscou a minha vista. Eu não via o céu há um ano.

- Deita no chão. Aproveite o sol. Posso te trazer aqui todos os dias. Posso até te deixar entrar na piscina, só depende do teu comportamento.

Ela prendeu a guia da coleira  com um cadeado em um gancho de ferro fixado no chão e me deixou...

A caçadora voltou com uma bebida e se sentou em uma espreguiçadeira com o chicote na mão...

- Hoje você deixou de ser uma presa, agora você é o meu mascote. Levante-se!

- Como devo te chamar?

- De "Minha Dona". Porque de hoje em diante você tem uma Dona.

Ela estalou o chicote e eu me coloquei de joelhos, imediatamente, olhando para o chão. É o condicionamento mental.

Ela me pegou pelo cabelo que estava enorme, me mandou abrir a boca e cuspiu em mim, na minha boca. Ela faz isso sempre, mas dessa vez eu senti o gosto do álcool, outra vez, mais uma cusparada espumante, parecia vodka...

- Chega vamos entrar. Você volta para a gaiola.

- Senhora, permissão para falar?

- Prossiga...

- Obrigado por me deixar sair, Senhora. Poderia tirar a algema? Por favor!

- Ainda não se acostumou com elas? Depois de tanto tempo!

- Não preciso mais delas...

- Não gosto quando pede para eu te soltar. Odeio esse tipo de coisa. Gosto quando você me pede para eu te prender... Vamos voltar... Chega!

- Espere, por favor, eu não disse o motivo. Desde que fui capturado, nunca toquei no teu corpo, nunca alisei tuas coxas. Só com a minha boca...

- Não preciso tirar as algemas, pode me tocar agora.

- Onde?

- Nos dedos dos pés....para começar...

- Posso?

- Pode. Tire as minhas botas. Tem cinco minutos antes de voltar para a gaiola.

A Dona se sentou em uma cadeira, eu descalcei as suas botas, tirei as meias e toquei em seus pés, toquei em sua pele macia pela primeira vez.

- Sente o cheiro. Beija...

Pela primeira vez eu beijei os pés de uma mulher e gostei muito...

- Lambe as solas...

O sol estava tão lindo, o céu tão azul, mas eu fechei os olhos para beijar os pés da mulher que me aprisionou. Ela nunca me disse uma palavra sobre qualquer coisa que acontecia lá fora. Todas as vezes que eu perguntei alguma coisa, ela não me disse nada. Agora não tenho mais perguntas...

- Já chega... Vamos voltar.

Ela apontou o dedo, eu me arrastei para dentro da pequena gaiola, fiquei de joelhos. Ela prendeu a corrente na coleira com o cadeado, checou a argola com uns puxões, trancou a porta da gaiola, colocou os outros cadeados, apagou a luz e foi embora sem se despedir.

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