Anastásia jamais pensou ver aquele rapaz novamente. E sobre ele ser rico, não estava enganada. Ao lado dele estava uma mulher tão bonita quanto ele, e eram tão semelhantes, provavelmente irmãos. E perto deles estava uma mulher de aparência rude, com roupas de coloração cinza. Seus olhos eram azuis acinzentados, os cabelos eram castanhos escuros e os lábios eram finos.
Ela olhou para Anastásia com certa curiosidade e deu um mínimo sorriso.
— Poderia se sentar Srta. Tchecova? — a mulher apontou para a cadeira ao seu lado que estava um pouco afastada.
— Claro, senhora. — Anastásia sentou-se prontamente.
— Por que fugiu naquele dia? — o rapaz perguntou a encarando.
— Deixe Irina fazer a entrevista em paz, Dimitri. — a morena de olhos azuis desferiu um tapa no braço do rapaz.
— Você não percebeu a semelhança, Tatiana?
— Realmente, é impressionante. — Tatiana a olhou com certo interesse dessa vez. — Então, Anastásia, por que quer o trabalho?
— Estou precisando do emprego no momento, urgentemente, para ser mais sincera. — mordeu os lábios.
— Devo recordar para a senhorita que está diante de membros da família imperial? — esbugalhou os olhos com a reclamação súbita da governanta. — Recomendo falar Vossa Alteza.
— Sim, senhora. — respondeu constrangida devido aquela reprimenda.
— Voltando, trabalhava em qual local anteriormente? — Irina perguntou anotando algumas coisas no papel.
— Na fábrica Sukhova.
— E o que fazia lá?
— Eu despachava os pedidos dos peixes.
— É um emprego consideravelmente bom. Qual motivo à fez sair de lá?
— Minha família.
— Não tinha um bom relacionamento familiar? — a mulher cruzou os braços, encarando-a.
— Nunca tivemos, senhora. Eu estou fugindo deles, sempre fui muito maltratada. — Anastásia suspirou. — Parecia que eles me odiavam. Principalmente minha mãe e minha irmã.
— Sabe ler e escrever?
— Um pouco.
— Realmente acredita que esteja apta para ser dama de uma grã-duquesa?
— Acredito que sim, e posso aprender tudo muito rápido.
— Interessante. — anotou mais algumas coisas no papel. — Então optaria por morar no palácio?
— Sim, senhora.
— Por que estava assustada naquele dia na estação de trem? — o homem perguntou de repente.
— Eu comprava uma passagem para Moscou escondida. — abaixou a cabeça. — Pensei que Vossa Alteza fosse algum conhecido da minha família, afinal, chamou meu nome, diria que gritou. E eles não poderiam saber daquela passagem, eles nunca permitiriam. Quando cheguei em casa naquele dia, minha irmã começou uma discussão e pegou meu casaco e achou a passagem. Minha mãe espancou meu rosto, fiquei dias sem ir ao trabalho.
— Que tipo de monstro é esse? — Tatiana falou assustada. — Não sei nem como a chama de mãe ainda.
— Ela não deixa de ser mãe, apesar das atitudes. — Irina respondeu secamente.
— Não importa Irina, mamãe nunca faria isso.
— Sua mãe era uma pessoa amorosa, veio de outro país, educação totalmente diferente. As mães russas costumam ser muito rígidas, por isso aconteceu o que aconteceu com a Srta. Anastásia. Por favor, não pense que concordo com a atitude de sua mãe, porém, estou mostrando um fato para a grã-duquesa.
YOU ARE READING
A grã-duquesa perdida
Historical FictionAnastásia adotada pela família Tchecov, não faz ideia da onde veio e como foi parar lá. A única coisa que ela tem como talvez uma lembrança da sua família seja um broche de ouro com a letra A gravado com rubis. Um dia resolve fugir para Moscou e ten...