Capítulo XXII

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Ivan não aguentava mais ficar escondido. Resolveu que não ficaria mais naquele lugar apertado e sem comida. A cada dia suas alucinações com Sasha pioravam e sua raiva aumentava. Contava os minutos para rever o homem que havia traído sua confiança e tinha entregado sua cabeça para Vladimir. Ele já tinha tudo arquitetado, se vingaria de todos da família Tchecov.

Abriu a porta que estava emperrada por causa da neve e olhou ao redor. Aparentemente não tinha ninguém ao redor, o que aliviou mais sua tensão. Um vento gelado bateu em seu rosto com violência, como se fosse um castigo por tudo que ele estava fazendo.

Andou com dificuldade até chegar a sua antiga casa. A porta estava arrombada, e quando entrou na casa, tudo estava revirado. Provavelmente os soldados do czar haviam feito um trabalho muito bom. Ivan queria gritar, mas não podia chamar atenção. Tudo estava indo contra ele naqueles dias, absolutamente tudo.

Mas ele não queria ficar mais naquela casa, queria ir para outro local. Porém, ele não poderia deixar aquele local sem antes realizar a vingança que tanto planejava. As janelas da casa Tchecov estavam iluminadas, provavelmente estavam todos em casa. Andou devagar até aquela velha e conhecida casa, que antes pensou ter amigos, mas tinha somente traidores. E eles pagariam por tudo aquilo.

Bateu a porta devagar, e ninguém respondeu. Voltou a bater novamente mais forte, e dessa ouviu um grito de Nádia ou da filha. Esperou alguns minutos, até Alena abrir a porta. Seus olhos estavam esbugalhados, como se tivesse vendo algum fantasma.

— Mamãe e papai não estão aqui.

— Não? — apoiou a mão na parede. — Por onde eles andam?

— Estão no hospital.

— Seu irmão está em casa?

— Está dormindo.

— Gostaria de entrar.

— Não posso permitir sua entrada aqui.

Ivan empurrou Alena no chão e entrou fechando a porta logo em seguida. Ele se abaixou até ela e aproximou seu rosto do dela.

— Eu entro se eu quiser, me entendeu bem?

— Sim. — Alena engoliu em seco.

— Ótimo. Agora chame seu irmão.

— Daniel! — Alena gritou. — Levanta-se e venha aqui!

Depois de alguns minutos, Daniel apareceu com péssimo humor.

— Espero que seja...

Daniel ficou calado ao ver Alena no chão e Ivan com uma arma na mão e um sorriso diabólico nos lábios.

— Fique ao lado da sua irmã.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou assustado.

— Apenas obedeça-me, maldito Tchecov!

Daniel rapidamente ficou ao lado da irmã.

— Acho lindo quando irmãos ficam juntos. Tenho irmãs adoráveis, fiquem sabendo. — começou a andar pela sala. — Amava-as muito, sinto muita falta deles. Exceto uma.

— Por que não vai visitá-las? — Alena perguntou.

— Apaixonei-me por Sasha Bulganova, acreditam? Ela era linda. Longos cabelos loiros, olhos azuis, sorriso que contagiava quem estivesse por perto. O problema é que ela era casada e completamente apaixonada pelo marido. Nem em traição eu podia cogitar em ter com ela. E quando começou a ter os filhos, a relação deles começou a ficar ainda mais forte. Nada podia afetar aquele casal de imperadores, nada. — Ivan riu diabolicamente. — Matei a czarina. Não me arrependo, e eu queria muito me arrepender. Tudo que eu sinto é satisfação em saber que ela nunca será de Vladimir novamente. Se não podia ser minha, dele também não seria. Porém, surgiu um problema no meu plano. Sasha não estava sozinha, mas sim com a filha mais nova, Anastásia. Que vocês conhecem como Anastásia Tchecova, irmã de vocês.

A grã-duquesa perdidaWhere stories live. Discover now