Vladimir sentia-se sufocado com tantas pessoas ao seu redor. Todos desejavam sua atenção, até para as coisas mais fúteis e pequenas, o que deixava ele simplesmente aborrecido e entediado. Lara estava grudada em seu braço, não saía em nenhum momento para conversar com outras pessoas. As dragonas começaram a pesar em seu ombro, assim como sua espada, e sua cabeça começou a latejar.
— Está tudo bem, Majestade? — o príncipe Petrov perguntou.
— Não, estou começando a ter dor de cabeça.
— É melhor o senhor ir para um lugar mais calmo e silencioso, depois poderá retornar melhor. — sugeriu a princesa Petrova.
— Seguirei seu conselho, senhora.
— Quer que eu o acompanhe, querido? — Lara apertou seu braço.
— Prefiro ficar sozinho.
Vladimir fez uma vênia para todos e começou a se afastar em direção ao seu gabinete. Cumprimentou diversas pessoas pelo caminho, algumas vezes parou para conversar por alguns minutos, e sua dor de cabeça aumentava ainda mais.
— Pai.
Dimitri surgiu em sua frente com um olhar malicioso e um sorriso maroto.
— Sim, Dimitri?
— O senhor está com aquela velha dor de cabeça por multidões?
O czar começou a rir.
— Sim, filho.
— Podemos conversar?
— Em pleno baile? — arqueou a sobrancelha.
— É muito importante para mim.
— Certo, vamos.
— E, Anastásia também quer participar da conversa.
— O resto dos seus irmãos também? Só para eu saber. — sorriu.
— Alexander.
— Por onde eles estão?
— Estão vindo.
— Aprontaram alguma coisa com as irmãs?
— Contaremos depois. — Dimitri disse orgulhoso.
— Oh meu Deus, vocês são terríveis! — o czar começou a gargalhar.
— Oh, ele são. — disse Anastásia. — Completos idiotas.
— Não nos ofenda, senhorita. — Alexander sorriu maliciosamente.
— Ridículos.
Vladimir apenas riu.
— Podemos ir papai?
— Sim, sim.
Começaram a andar em direção ao gabinete rapidamente. Seus filhos discutiam por causa do baile, outras vezes comentavam como alguns convidados estavam vestidos, ou diziam o quão haviam comido; Alexander ganhava disparado dos outros dois.
Assim que os guardas perceberam a aproximação deles, abriram as portas. A lareira estava acesa, e a mesa estava lotada de documentos e relatórios para ler. A dor de cabeça de Vladimir aumentou ainda mais quando viu o trabalho acumulado. Sentou-se em uma das poltronas e esticou as pernas.
— Aceita uma bebida pai? — perguntou Alexander.
— Conhaque.
— O francês?
— Sim. — virou-se para Dimitri. — O que quer falar comigo?
— Ele quer se casar com Elizabeth, papai. — falou Anastásia sentando no braço da poltrona do pai. — Mas precisava da nossa ajuda para conseguir falar.
ESTÁ A LER
A grã-duquesa perdida
Ficção históricaAnastásia adotada pela família Tchecov, não faz ideia da onde veio e como foi parar lá. A única coisa que ela tem como talvez uma lembrança da sua família seja um broche de ouro com a letra A gravado com rubis. Um dia resolve fugir para Moscou e ten...