Capítulo XXXIV

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Vladimir sentia-se sufocado com tantas pessoas ao seu redor. Todos desejavam sua atenção, até para as coisas mais fúteis e pequenas, o que deixava ele simplesmente aborrecido e entediado. Lara estava grudada em seu braço, não saía em nenhum momento para conversar com outras pessoas. As dragonas começaram a pesar em seu ombro, assim como sua espada, e sua cabeça começou a latejar.

— Está tudo bem, Majestade? — o príncipe Petrov perguntou.

— Não, estou começando a ter dor de cabeça.

— É melhor o senhor ir para um lugar mais calmo e silencioso, depois poderá retornar melhor. — sugeriu a princesa Petrova.

— Seguirei seu conselho, senhora.

— Quer que eu o acompanhe, querido? — Lara apertou seu braço.

— Prefiro ficar sozinho.

Vladimir fez uma vênia para todos e começou a se afastar em direção ao seu gabinete. Cumprimentou diversas pessoas pelo caminho, algumas vezes parou para conversar por alguns minutos, e sua dor de cabeça aumentava ainda mais.

— Pai.

Dimitri surgiu em sua frente com um olhar malicioso e um sorriso maroto.

— Sim, Dimitri?

— O senhor está com aquela velha dor de cabeça por multidões?

O czar começou a rir.

— Sim, filho.

— Podemos conversar?

— Em pleno baile? — arqueou a sobrancelha.

— É muito importante para mim.

— Certo, vamos.

— E, Anastásia também quer participar da conversa.

— O resto dos seus irmãos também? Só para eu saber. — sorriu.

— Alexander.

— Por onde eles estão?

— Estão vindo.

— Aprontaram alguma coisa com as irmãs?

— Contaremos depois. — Dimitri disse orgulhoso.

— Oh meu Deus, vocês são terríveis! — o czar começou a gargalhar.

— Oh, ele são. — disse Anastásia. — Completos idiotas.

— Não nos ofenda, senhorita. — Alexander sorriu maliciosamente.

— Ridículos.

Vladimir apenas riu.

— Podemos ir papai?

— Sim, sim.

Começaram a andar em direção ao gabinete rapidamente. Seus filhos discutiam por causa do baile, outras vezes comentavam como alguns convidados estavam vestidos, ou diziam o quão haviam comido; Alexander ganhava disparado dos outros dois.

Assim que os guardas perceberam a aproximação deles, abriram as portas. A lareira estava acesa, e a mesa estava lotada de documentos e relatórios para ler. A dor de cabeça de Vladimir aumentou ainda mais quando viu o trabalho acumulado. Sentou-se em uma das poltronas e esticou as pernas.

— Aceita uma bebida pai? — perguntou Alexander.

— Conhaque.

— O francês?

— Sim. — virou-se para Dimitri. — O que quer falar comigo?

— Ele quer se casar com Elizabeth, papai. — falou Anastásia sentando no braço da poltrona do pai. — Mas precisava da nossa ajuda para conseguir falar.

A grã-duquesa perdidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora