Capítulo XLI

21.2K 2.5K 1.5K
                                    

Sete meses se passaram desde a morte do czar, e Anastásia ainda não se sentia bem o suficiente. Havia melhorado bastante seu estado de espirito, porém, as coisas para ela ainda não estavam realmente certas como desejava. Mesmo com todo carinho e amor que recebia da sua família, faltava alguma coisa.

Dedicou-se completamente aos estudos, passava horas na biblioteca estudando. Seu irmão tinha contrato professores diferentes desde que eles tinham retornado para Moscou, devido a coroação de Dimitri. Tinha aprendido rapidamente o inglês e alemão, ao contrário do francês e italiano, que sempre errava a pronúncia. Divertia-se estudando, simplesmente amava conhecer as coisas novas.

— Anastásia. — Olivia surgiu em sua frente, como de costume. — Sua Alteza, o príncipe Phillip, desejava vê-la.

— Oh, ele chegou? — levantou-se da cadeira rapidamente fechando o livro em alemão que estava lendo.

— Sim, agora a pouco.

— Minha cunhada...

— Não. Ele me disse que não quer ver ninguém antes de Vossa alteza.

— Mande-o entrar.

— Deveria parar de usar preto.

— Olivia, por favor, chame Phillip. — respondeu impacientemente e revirou os olhos.

Olivia saiu rapidamente da biblioteca, deixando Anastásia um pouco nervosa. Phillip havia partido para a Inglaterra logo após o casamento da sua irmã com Dimitri. Sentiu uma enorme saudade dele, principalmente em suas caminhadas pelos jardins de Peterhof. Mas ela havia prometido que voltaria, e voltou.

— Anastásia! — sua voz invadiu o local.

— Phillip. — sorriu. — Fico feliz que tenha cumprido sua promessa.

— Voltei somente por você. — aproximou-se dela. — Posso lhe dar um abraço?

— Sim.

Ele a envolveu em seus braços e a apertou carinhosamente. E naquele momento, aquele abraço se tornou um dos preferidos de Anastásia.

— Como você está? — soltou-se dela e colocou uma mecha do seu cabelo atrás de sua orelha.

— Bem.

— Mentirosa.

— Desde quando sabe quando estou mentindo? — sorriu.

— Seus olhos lhe entregam.

— Traidores.

— Sempre. A não ser que seja psicopata e consiga mentir através dos olhos.

— Psicopata não me lembra boas coisas.

— Perdoe-me, não quis lembrá-la de Ivan Tchaikovsky.

— Não há problema. Ele está morto e não faço a menor ideia de onde esteja o corpo.

— Em algum lago congelado daqui, tenho certeza.

— Provavelmente. — deu de ombros. — Eu realmente não me importo.

— E seus pais adotivos, alguma notícia deles?

— Suicidaram-se. — Anastásia abaixou a cabeça. — Jamais esperei por isso.

— Sinto muito. — passou a mão pelo cabelo perfeitamente arrumado — A propósito, mudando de assunto drasticamente, como é minha mais nova prima?

— Darya é um bebê adorável. Não fico mais tempo com ela porque sua tia me odeia completamente. — começou a rir. — Nada posso fazer quanto a isso.

A grã-duquesa perdidaWhere stories live. Discover now