Sete meses se passaram desde a morte do czar, e Anastásia ainda não se sentia bem o suficiente. Havia melhorado bastante seu estado de espirito, porém, as coisas para ela ainda não estavam realmente certas como desejava. Mesmo com todo carinho e amor que recebia da sua família, faltava alguma coisa.
Dedicou-se completamente aos estudos, passava horas na biblioteca estudando. Seu irmão tinha contrato professores diferentes desde que eles tinham retornado para Moscou, devido a coroação de Dimitri. Tinha aprendido rapidamente o inglês e alemão, ao contrário do francês e italiano, que sempre errava a pronúncia. Divertia-se estudando, simplesmente amava conhecer as coisas novas.
— Anastásia. — Olivia surgiu em sua frente, como de costume. — Sua Alteza, o príncipe Phillip, desejava vê-la.
— Oh, ele chegou? — levantou-se da cadeira rapidamente fechando o livro em alemão que estava lendo.
— Sim, agora a pouco.
— Minha cunhada...
— Não. Ele me disse que não quer ver ninguém antes de Vossa alteza.
— Mande-o entrar.
— Deveria parar de usar preto.
— Olivia, por favor, chame Phillip. — respondeu impacientemente e revirou os olhos.
Olivia saiu rapidamente da biblioteca, deixando Anastásia um pouco nervosa. Phillip havia partido para a Inglaterra logo após o casamento da sua irmã com Dimitri. Sentiu uma enorme saudade dele, principalmente em suas caminhadas pelos jardins de Peterhof. Mas ela havia prometido que voltaria, e voltou.
— Anastásia! — sua voz invadiu o local.
— Phillip. — sorriu. — Fico feliz que tenha cumprido sua promessa.
— Voltei somente por você. — aproximou-se dela. — Posso lhe dar um abraço?
— Sim.
Ele a envolveu em seus braços e a apertou carinhosamente. E naquele momento, aquele abraço se tornou um dos preferidos de Anastásia.
— Como você está? — soltou-se dela e colocou uma mecha do seu cabelo atrás de sua orelha.
— Bem.
— Mentirosa.
— Desde quando sabe quando estou mentindo? — sorriu.
— Seus olhos lhe entregam.
— Traidores.
— Sempre. A não ser que seja psicopata e consiga mentir através dos olhos.
— Psicopata não me lembra boas coisas.
— Perdoe-me, não quis lembrá-la de Ivan Tchaikovsky.
— Não há problema. Ele está morto e não faço a menor ideia de onde esteja o corpo.
— Em algum lago congelado daqui, tenho certeza.
— Provavelmente. — deu de ombros. — Eu realmente não me importo.
— E seus pais adotivos, alguma notícia deles?
— Suicidaram-se. — Anastásia abaixou a cabeça. — Jamais esperei por isso.
— Sinto muito. — passou a mão pelo cabelo perfeitamente arrumado — A propósito, mudando de assunto drasticamente, como é minha mais nova prima?
— Darya é um bebê adorável. Não fico mais tempo com ela porque sua tia me odeia completamente. — começou a rir. — Nada posso fazer quanto a isso.
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A grã-duquesa perdida
Historical FictionAnastásia adotada pela família Tchecov, não faz ideia da onde veio e como foi parar lá. A única coisa que ela tem como talvez uma lembrança da sua família seja um broche de ouro com a letra A gravado com rubis. Um dia resolve fugir para Moscou e ten...