Capítulo XLII

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Suas dores de cabeça estavam ficando mais frequentes diante a tantos problemas surgindo todos os dias. Tudo estava se tornando uma bagunça em sua cabeça, e não estava conseguindo arranjar paz nem mesmo quando estava em companhia da sua família, pois sua convivência com Natasha tornou-se bastante conturbada.

Elizabeth tentava acalmá-lo, dizer coisas boas, mas nada adiantava quando tinha vários ministros todos os dias querendo uma reunião, que muitas vezes não eram necessárias, porém, pareciam homens acovardados que nunca sabiam tomar decisões. E nesses momentos tentava ser como seu pai, calmo e justo. Muitas vezes conseguia com louvor, mas o peso da coroa era demais.

No dia seguinte ele sentiria aquela pesada coroa de diamantes com um enorme rubi em sua cabeça. Finalmente iria oficializar sua ascensão ao trono, depois de sete meses de luto pelo último czar.

Quando lembrava do seu pai, as lágrimas vinham aos olhos de Dimitri imediatamente, e nunca as escondeu. Jamais escondeu seus sentimentos sobre o que tinha acontecido, somente quando era realmente necessário.

— Meu amor. — Elizabeth entrou em seu gabinete. — Quando sairá daqui?

— Quando esses papéis permitirem. — apontou para uma grande pilha de relatórios ao seu lado. — Creio que não irei comparecer ao jantar novamente.

— Imaginei que isso aconteceria. Mas deveria descansar um pouco hoje, não acha? Amanhã é sua coroação.

— Nossa coroação, Lizzie. — deu um sorriso cansado.

— Para você é mais importante, Dima. — sentou-se em frente a Dimitri.

— Estarei bem para amanhã, meu amor. Não se preocupe.

— A coroação é longa, depois terá uma festa secular. Conseguirá ficar bem durante isso tudo?

— Tentarei. — respondeu cansado.

Estava ficando irritado com toda aquela insistência de Elizabeth, mesmo sabendo que era para o próprio bem dele, mas não queria ouvir sermões, ou nada parecido. Apenas queria ficar em silêncio no seu gabinete, revisando aqueles relatórios, ouvindo o crepitar da lareira, e bebendo seu conhaque preferido.

— Anastásia e Phillip estão com Darya. — Elizabeth disse de repente.

— Qual milagre aconteceu nesse palácio hoje?

— Também estou me perguntando. — sorriu. — Darya gosta muito de Anastásia.

— Impossível alguém não amar minha Annie. — passou os olhos por um relatório e praguejou mil pragas.

— Acalme-se, Dima.

— Estou calmo. — disse com ironia.

— Estou percebendo. — revirou os olhos para ele. — Bem, vou me retirar e deixá-lo trabalhar. Porém, quero lhe fazer um convite.

— Estou ouvindo. — a encarou nos olhos.

— Poderia me encontrar na sala de música mais tarde?

— Sala de música? — arqueou a sobrancelha. — Por quê?

— Não seja tão curioso querido. — um sorriso malicioso brotou em seus lábios.

— Especificamente que horas?

— Depois do jantar.

— Tentarei não chegar atrasado.

— Vai chegar. — ela revirou os olhos. — Você sempre chega atrasado, Dimitri.

— Perdoe-me se não tenho sua pontualidade britânica. — debochou.

A grã-duquesa perdidaDove le storie prendono vita. Scoprilo ora