Capítulo XXXII

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Os dias passaram como um vendaval, trazendo o baile imperial em homenagem a Anastásia ainda mais rápido. O palácio estava em completa comoção, os empregados não paravam em nenhum momento organizando tudo. Vladimir observava tudo enquanto caminhava pelo palácio sozinho, gostava de ver como as coisas estavam sendo feitas.

Uns homens estavam limpando uns candelabros de ouro e cristais, enquanto outros suspendiam os que já estavam limpos. Uma longa mesa estava com uma bela toalha branca bordadas a ouro. Vários buquês de flores e vasos estavam sendo montados. Ao passar pelos empregados, eles faziam uma reverência, mas naquele dia ele malmente prestava atenção nos protocolos.

— Majestade! — seu secretário o chamou.

— Sim? — Vladimir saiu de seus devaneios.

— O senhor precisa assinar uns documentos.

— Hoje não.

— Exige certa atenção, senhor.

— Um dia ou menos dia, não fará mal.

— Mas...

— Basta. — o czar levantou a mão.

Voltou a andar pelo palácio, queria ter alguns momentos sozinho. Era seu costume desde novo fazer esses passeios solitários, pois assim conseguia raciocinar e pensar direito sobre diversos assuntos. Estava preocupado com as pressões dos ministros em casar suas filhas, Tatiana e Ivana, com algum país aliado, mas não conseguia fazer isso. Não queria jogar suas filhas em casamentos infelizes para agradar aqueles homens; sabia o que era viver em um casamento infeliz.

Ouviu o suave som do piano próximo, provavelmente era Anastásia tendo sua última aula de dança antes do baile. Andou até o salão de dança, a porta estava entreaberta, mas Anastásia não estava com o Sr. Efimovitch, e sim, com Dimitri dançando uma valsa totalmente desajustada. Quando abriu mais a porta, observou que Alexander dançava com Ivana, Tatiana com Nikolai, enquanto Natasha tocava piano sorrindo ao ver os irmãos dançando.

Se ele morresse naquele instante, e pudesse escolher uma última imagem antes de partir, seria aquela. Ver seus filhos todos juntos, era como uma bela canção tocada por uma orquestra. O sorriso de todos era determinantemente sua melodia preferida; eles eram a razão do seu viver.

Começou a rir quando Dimitri começou a imitar o professor de dança, batendo nas costas de Anastásia para manter uma postura melhor. Depois ele a rodopiou e disse que ela havia falhado completamente no giro, o que fez o czar gargalhar.

— Papai! — gritou Tatiana. — Venha dançar conosco!

Vladimir entrou no salão e fechou a porta. Foi até o meio do salão e fez uma mesura diante de Tatiana.

— Vou começar pela mais velha, terminando pela mais nova.

— Ora, papai, e eu que estou tocando? — perguntou Natasha.

— Alexander toca no seu lugar quando for sua vez.

— Perfeito.

Natasha começou a tocar uma das suas composições. Quando conseguia arranjar uma brecha de seus compromissos, resolvia compor valsas para ficar somente entre a família tocando e dançando.

Depois de Tatiana, veio Ivana, Natasha e Anastásia. Divertiram-se tanto, que nem perceberam as horas passarem. Irina entrou no salão com uma feição cansada e com olheiras nos olhos.

— Vossa Majestade. — fez uma reverência. — Vossas Altezas. Devo-lhes dizer que o baile será em daqui há três horas, então devem se arrumar imediatamente para não haver atrasos.

A grã-duquesa perdidaWhere stories live. Discover now