Quatro - Sutura

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N/A: Oláá! Fico feliz em saber que chegou até aqui! Espero que esteja gostando da leitura! <3

P.s.: Se por acaso encontrar algum "Danny" ao invés de "Corey", desconsidere. É um erro que o wattpad simplesmente me impede de consertar.

Milbjs,

Ands.


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Melissa não sabia se era vítima do destino ou apenas de uma infeliz coincidência, pois Corey Sanders, novamente, estava em seu caminho. Como se já não bastasse ter de encontrá-lo nas sessões particulares, e fracassar na árdua tarefa que era conquistar sua simpatia e, principalmente, suas palavras. Como se já não bastasse passar a vergonha de falar sozinha trancada com ele em um consultório pequeno demais para os dois, teria de viver tal inconveniente na frente de outras pessoas.

Corey Sanders, na particular atitude zombeteira, abriu um largo sorriso para Melissa. Como se fosse o responsável por todos os encontros que a rotina do St. Marcus impunha, como se fosse o responsável por Melissa ter sido escolhida sua médica, como se fosse o responsável por sua escalação naquela maldita sessão de terapia em grupo. A impertinência e egocentrismo exacerbados de seus modos eram absolutamente irritantes. Eram capazes de tirar Melissa da realidade com uma facilidade que beirava o ridículo.

Somente quando ouviu o barulho da porta sendo fechada, Melissa acordou do transe em que os olhos azuis de Corey Sanders a havia compelido. Ela passou a focar os demais olhos insanos que a fitavam com extremo interesse, como se fosse um brinquedo novo que uma criança acabara de ganhar no Natal.

Brian postou uma mão de modo delicado sobre o ombro de Melissa, que se virou em sua direção. O susto passou tão rápido quanto veio. Brian sorriu amigável e indicou a única cadeira vazia na roda que se estendia de modo irregular pela sala grande de paredes brancas. Melissa assentiu e foi até lá, tentando manter a pose ereta e os passos firmes. Brian caminhou até o meio da roda, enquanto Melissa pegava a prancheta que estava sobre a cadeira e em seguida se sentava. Na folha de papel presa na prancheta continha os nomes das dez pessoas presentes e o tema a ser desenvolvido naquela sessão. Os pacientes, para seu total desconforto, ainda insistiam em analisá-la.

O nome de Corey Sanders praticamente piscou em neon.

-Boa noite a todos. – Brian cumprimentou, em uma simpatia de apresentador de programa de auditório.

Alguns responderam um "boa noite" tão empolgado quanto. Um ou dois tons rudes se destacaram, enquanto outros apenas balançaram a cabeça.

Corey Sanders não moveu um músculo na cadeira em que estava casualmente largado. Com exceção dos olhos, que fitavam Brian como se quisesse queimá-lo em brasa.

Dois guardas estavam postados ao lado da porta, Melissa pôde observar, o que explicava a ausência das algemas. Porém, não foi Corey Sanders quem mais chamou a atenção de Melissa. Não dessa vez. Havia alguém naquela sala que era tão particularmente perturbado, que era difícil evitar o dispêndio de atenção.

Era um rosto conhecido, no entanto. O rosto que ela analisava no dia anterior, antes que Brian chegasse para chamá-la para o primeiro almoço no St. Marcus. Aquele era Johnatan Reagan, um de seus pacientes. Possivelmente, pela sua extensa lista de crimes, o pior e mais perigoso deles. Principalmente por ser um pedófilo que estuprou e matou dezenove crianças, antes de ser finalmente encontrado e preso. Certamente era a pessoa mais assustadora que Melissa vira por ali. Ou talvez em toda a sua vida.

Psicose (Livro I)Where stories live. Discover now