Capítulo 10 - Boletim de ocorrência

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- Durante minha vigia rotineira, nesta tarde, avistei longe da cidade um homem com uma grande carroça. Achei estranho, pois geralmente os mercadores passam pela cidade para se alimentar e cuidar de seus cavalos. Por causa disso, chamei o soldado Jamen aqui e fomos os dois montados até o mercador...

- Sim, ele me chamou todo preocupado. Pegamos nossas armas e fomos até lá o mais rápido que pudemos.

- Veja, senhor Mestre Comandante, que era realmente um mercador. Entretanto, nunca tínhamos visto ele passar por aqui...

- O que deixou tudo ainda mais estranho, pois conhecemos o nome de todos os mercadores desta região...

- Inclusive o nome de seus cavalos.

- Verdade.

- Paramos o homem e perguntamos quem era. Ele falou que se chamava Idrir e que estava apenas de passagem. Como estava viajando há poucas horas, não viu necessidade de parar na cidade. Até aí, tudo bem. Entretanto, em meio às malas de couro e caixas de madeira, algo se moveu na carroça...

- Na hora, pensamos que poderia ser algo vivo.

- Como um homem raptado.

- Exatamente.

- Quando pedimos para o homem parar e nos deixar revistar seus pertences rapidamente, o homem armou-se de uma besta...

- Aquela arma tipo arco-e-flecha que possui um gatilho...

- O comandante sabe o que é uma besta, prossigam – interrompeu Isa.

- Muito bem. Enquanto eu estava dando a volta na carroça, foi o Jamen aqui que viu a ação do mercador e atacou o criminoso com uma faca...

- Não matei ele, capitão! Foi apenas para nos proteger!

- Muito bem, Jamen. Como você sabe, é proibido em nosso reino atacar outro ser humano, entretanto, são livres de pena os casos em que ferimos por motivo de defesa – comentou com tranquilidade, Dario, pensando em acalmar o oficial.

- Obrigado, senhor.

- Pois bem, após o incidente tínhamos certeza da ilegalidade da carga. Comecei a investigar tudo ali mesmo, enquanto Jamen imobilizava o mercador... Mas, nunca iriamos imaginar o que encontraríamos...

- Você tinha que ver a cara dele, Mestre Comandante! Quase caiu da carroça! – riu Jamen, azucrinando o parceiro de trabalho.

- Bem... Depois disso, usamos a própria carroça para trazê-la até aqui. Quando os moradores viram-nos chegando, começaram a se agrupar em frente à taverna.

- Decidimos colocá-la aqui, pois teríamos mais privacidade do que no posto da guarda.

- Sim. Com a ajuda dos dois oficiais que estão lá na porta do bar, conseguimos trazer o recipiente de cerâmica aqui para cima com ela dentro. Estamos fazendo de tudo para mantê-la em segredo.

- E isso é tudo, senhor.

Era Perdida: O Globo da MorteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora