- Muito bem, Celine! — elogiou o comandante.
- Obrigada, Dario — sorriu a jovem, orgulhosa.
Com muita cautela, o grupo subiu pela escada e chegou a um grande salão. O local era muito diferente da câmara anterior. A escada acabava no meio de uma sala oval. Em frente a eles, revelava-se uma grande abertura por onde eles viam os misteriosos picos da Cordilheira à distância e o céu limpo. O sol estava do outro lado das montanhas, mas era possível vislumbrar as nuvens e a cor do fim da tarde. Na abertura, haviam colunas de pedra cilíndricas e adornadas que ligavam o chão ao teto. Depois das colunas, uma varanda completava o ambiente. A sala era grande e haviam outras duas portas, uma a leste e outra a oeste, mas não era possível ver o que havia em cada uma delas.
- Aqui é um tipo de terraço — concluiu Adriel.
- Acho que chegamos ao último andar, a sala do Protetor — arriscou Dario. — Armem-se e esperem pelo meu sinal.
Saindo da escada, foram andando em direção à varanda olhando para todas as direções. "Isso aqui está quieto demais...", avaliava o capitão.
- Dario — chamou Celine; seus olhos brilhavam. — Olhe ali na varanda.
Havia um pedestal de pedra muito bem esculpido e sobre ele flutuava um globo roxo.
- O artefato! — gritou Adriel. — Está ali!
- Tenha calma! — reagiu Mondegärd. — Com certeza nosso pior inimigo ainda não se revelou. O verdadeiro defensor da relíquia ainda está vivo, apenas esperando.
Celine não gostou do comentário do mago. Por um breve, porém feliz instante, ela vislumbrou o fim da missão. "Ele tinha que lembrar...", irritou-se. Após todas as provações que viveram nas últimas horas, estava pronta para voltar para casa. "O real inimigo ainda não se revelou...", desanimava-se.
Armados e andando juntos, um de costas para o outro, formando um quadrado, prosseguiram até se aproximarem das colunas adornadas. Dario, que estava na frente, passou por elas e deu um pisão com força na varanda. "Estou aqui! Está vendo?", prensava desafiador, tentando convocar o que quer que fosse.
- Fiquem aqui — ordenou.
Sozinho, deu um novo passo e se aproximou do globo.
- Ele é seu, pode pegar — uma voz gentil foi ouvida por todos vindo do lado direito da sala.
Dario voltou assustado para a parte coberta do terraço sem tocar na esfera e olhou para leste. Arfava tamanha a surpresa.
- Quem está aí?! — gritou.
Um encapuzado atravessou o portal e adentrou a sala usando um sobretudo rasgado. O pano negro escondia todo seu corpo, assim como sua face.
- O que disse?! — perguntou Adriel.
- Eu disse que se quiserem pegar a esfera, é só pegá-la — a voz era mansa e agradável.
- Você é o protetor deste local, não é?! — retornou o guerreiro da grande espada. Depois olhou para Dario e o capitão piscou para ele. Os dois lutavam juntos há anos, e Adriel sabia o significado daquele sinal. De forma que se aproximou vagarosamente da criatura oculta enquanto esta falava.
- Não sou um protetor. Sou apenas um mediador. Estou aqui para dar a esfera para qualquer um que a quiser levar daqui.
O tom doce das palavras da criatura intrigou Celine. Parecia alguém tão bom e justo.
- Entendo... Então podemos pegá-la se quisermos? — insistiu Adriel, estendendo a conversa enquanto aproximava-se do encapuzado.
Quando chegou até certo ponto, ouviu um ruído vindo de trás e neste instante apertou a empunhadura da espada e atacou o homem encapuzado. Durante a trajetória do golpe, Dario invocou chamas mágicas na lâmina do parceiro, tornando a espada de Adriel um grande tufão de fogo escaldante.
- Morra, maldito! — gritou o oficial quando seu golpe atravessou o sobretudo rasgado usado pelo inimigo. Um golpe fulminante.
Até mesmo Celine e Mondegärd, que já tinham visto o golpe combinado antes, assustaram-se com o poder do ataque.
Quando a lâmina terminou seu arco e Adriel a apoiou no chão, as roupas negras caíram no piso, cortadas em duas metades, mas não havia nada no interior delas.
- Mas o que é isso?! — gritou Adriel, voltando-se para os amigos parados próximos às colunas da varanda.
- Ad... — tentou avisar Celine, pois no instante em que Adriel virou-se, as roupas no chão levantaram-se novamente e se aproximaram dele.
- Essa era a forma infalível pretendida por vocês para pilhar espólio protegido por mais de um milênio?
A voz meiga, soprada em seu ouvido direito, aterrorizou Adriel. Paralisado, deixou a espada escapar de sua mão e ficou imóvel, os olhos fechados, pronto para receber um ataque fatal.
O que acontecerá com Adriel e os outros nos momentos finais do livro?
Todos que acompanharam O Globo da Morte até aqui, não deixem de participar do nosso evento na próxima terça (28.04) às 20h30 no grupo do WhatsApp. Vamos falar sobre o futuro da série e revelar mais informações sobre a continuação do livro. É também sua chance de dar sua opinião sobre a história! Sua opinião é muito importante pra mim, por isso conto com sua presença! Deixe seu DDD + Telefone nos comentários ou mande para social@eraperdida.com.br =D
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Era Perdida: O Globo da Morte
FantasySaiba mais no site - www.eraperdida.com.br Até onde você iria para fazer a vontade de seu rei? Arriscaria sua vida e a de seus melhores amigos? Quando um conhecido e poderoso mago chegou ao castelo para uma reunião com o rei e seu primogênito, t...