Capítulo 8

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Thomas narrando:

Eu estava fechando um negócio com a companhia aérea da Bulgária quando alguém bateu à porta.

O relógio em cima da minha mesa marcava 20:05, o que anunciava que os empregados já deviam ter se recolhido para as instalações há cinco minutos. Quem raios não podia esperar até o dia seguinte para falar comigo?

- Entre. - Pedi sem desviar os olhos da tela do notebook.

- Com licença, senhor... - A voz doce ecoou pelo escritório quando a porta foi aberta.

Merda!

Fiz um esforço exageradamente grande para manter minha expressão neutra e não olhar para ela, fingindo estar absolutamente concentrado na tela enquanto ela se aproximava devagar até minha mesa.

- Eu... vim pedir sua autorização para sair amanhã.

Ora, ora... eu sabia que esse momento chegaria, só não imaginei que seria tão rápido.

Permaneci teclando violentamente o teclado do notebook, dividindo minha atenção entre o diretor da companhia aérea do outro lado do mundo e a garota em minha frente.

Ouvi ela engolir em seco antes de continuar:

- É um congresso que vai começar sete horas da noite. Vai ser quase... a hora dos funcionários se recolherem. Eu vou... - Ela suspirou. - Eu vou ficar fora por cerca de três horas.

Escutei cada palavra atentamente, mas seu desconforto era tão satisfatório, que eu apenas a deixei pensar que eu estava ocupado demais para lhe dar atenção.

Angeline se mexeu, desconfortável.

- Olha, é muito... importante, senhor. Eu não estaria aqui se não fosse importante. Não sei se eu preciso de uma autorização por escrito, ou... - Ela fez uma pausa e pelo meu olhar periférico a percebi desviando os olhos, totalmente incomodada com meu alheamento. - Ou eu posso voltar amanhã, se o senhor quiser. Sei que está ocupado, então...

- Não. - Me pronunciei pela primeira vez em voz baixa.

Angeline suspirou aliviada.

- Tá, tudo bem. Então o senhor pode me dar sua autorização?

Ah, Angeline, Angeline...

Levantei os olhos para ela devagar, percorrendo todo o caminho pelo seu corpo tenso até encontrar seus olhos expectantes.

- Eu disse... não.

Então a expectativa em seus olhos deram lugar à surpresa e ao choque.

- Por que não?

Estreitei os olhos para ela.

- Porque eu sou um homem de palavra, senhorita Claire. Não parece que você me levou muito a sério quando disse que faria da sua vida um tormento.

Ela piscou algumas vezes antes de conseguir emitir através do choque:

- Olha, senhor Strorck... eu sei que o senhor ficou zangado comigo aquele dia, mas... - Ela suspirou, frustrada. - Eu comecei a organizar isso há oito meses. Eu dei minha palavra de que estaria lá!

- Isso não é problema meu.

Ela balançou a cabeça para os lados.

- É muito importante, senhor.

- Você já disse isso. - Falei indiferente, voltando minha atenção para a tela do notebook. - Continua não sendo problema meu.

Escutei-a exalar uma baforada de ar, então, colocando o bom senso de lado, explodiu:

Um plano para nós (PAUSADO)Where stories live. Discover now