Capítulo 59

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Angeline narrando:

Eu estava ouvindo pela terceira vez a música que cantaria com Izzy no próximo domingo enquanto terminava de lavar a louça do almoço quando Eileen apareceu na porta.

- Você tem visita. - Foi tudo o que disse antes de desaparecer tão rápido quanto havia chegado.

Franzi a testa. Visita pra mim? Quem viria me ver sem aviso prévio? E desde quando George havia dado a ela a tarefa de anunciar as visitas na casa?

Coloquei as últimas talheres para escorrer, limpei a pia, desliguei a música e saí da cozinha secando as mãos em um pano de prato, então novas perguntas me surgiram quando encontrei Diogo sentado no sofá da sala. Nenhuma que meu cérebro fosse capaz de formular.

- Angeline. - Ele se levantou com um sorriso que nem de longe poderia ser considerado agradável e me estendeu a mão. - Que prazer encontrá-la de novo.

Na minha mente tentei recordar o momento em que me dei conta de que Diogo não gostava de mim - pelo menos não como uma nora em potencial -, mas apesar de não me lembrar de como havia chegado à essa conclusão, eu simplesmente sabia. E o jeito como ele me olhava apenas aumentou minha certeza.

Vamos lá, Angie, você pode lidar com isso, disse a mim mesma ao segurar sua mão num aperto firme. Não dê a ele o gosto de te intimidar.

- Sinto muito, mas o senhor não vai encontrar o Thomas aqui agora. - Falei mesmo sabendo que não era seu filho o motivo de sua visita.

- Ótimo, porque é com você que eu quero falar. - Ele abotoou o paletó. - Tem algum lugar onde podemos conversar a sós?

- Nós estamos a sós. - Destaquei o fato, minha voz soando firme e neutra.

Ele olhou em volta e assentiu.

- Como quiser. Sente-se então. Temos assuntos importantes a tratar.

Diogo esperou que eu me aproximasse da poltrona e me sentasse antes de ocupar seu lugar no sofá novamente. Ele se inclinou para frente, descansou os braços sobre as coxas e cruzou os dedos das mãos. Enquanto me encarava por um momento como se tentasse me fazer sentir uma ovelha encurralada por um lobo, milhões de respostas para as frases que supostamente sairiam de sua boca em poucos segundos começaram a passar pela minha mente na velocidade da luz. Eu já deixei Thomas sem argumentos muitas vezes, seu pai não pode ser tão mais difícil assim.

- Diga-me, Angeline. Meu filho já te contou sobre o contrato que ele assinou antes de te conhecer?

Vagamente me lembrei da conversa que eu e Thomas tivemos enquanto ele estava bêbado. Ele mencionou algo sobre isso, mas a verdade é que se esse contrato não era mais um problema para ele, também não seria um problema pra mim.

- O que ele fez antes de me conhecer não me interessa.

Diogo me lançou um sorriso de lado.

- Como imaginei. Mas acredito que você tem o direito de saber... - Ele se virou para pegar a pasta executiva ao seu lado. - ... então eu vou direto ao assunto, senhorita Claire, porque é assim que eu trabalho.

- Ótimo, então eu também vou direto ao assunto. - Falei antes de pensar, atraindo sua atenção. - Não ouse destacar erros que seu filho cometeu antes de me conhecer pra me afastar dele, senhor Strorck. Eu vi o Thomas evoluir de um cretino arrogante pra um ser humano repleto de amor desde que o conheci, então seja lá o que quer que ele tenha feito antes disso... eu não me importo.

Diogo ergueu uma sobrancelha surpreso com minhas palavras. Ele tirou algumas folhas grampeadas de sua pasta e sorriu, mas seu sorriso não chegou aos olhos.

Um plano para nós (PAUSADO)Where stories live. Discover now