Capítulo 26

83.1K 7.7K 12.4K
                                    

Angeline narrando:

"Isso não é real, Angie. Não o deixe jogar com você." Eu disse a mim mesma enquanto observava Thomas se afastar com seu pai e começar uma conversa tediosa com um homem elegantemente vestido, olhando furtivamente para mim vez ou outra.

Existia algo errado. Ele não estava normal, não mesmo. Thomas sempre foi um grande cretino arrogante, pessoas como ele não têm o hábito de tratar outras desse jeito.

"Estou feliz que você veio.", "Você está linda.", "Quer dançar comigo?", "Por favor, não vá embora."...

Desde quando ele pede "por favor"?

Ele não está bêbado, sendo assim das duas uma: ou está armando alguma coisa contra mim, ou...

Não, Angeline! Acorda! Ele é seu patrão!

Balancei a cabeça para dispersar esse pensamento e comecei a me misturar na multidão de pessoas desconhecidas, evidentemente da mesma classe que Thomas, me esforçando para manter minha mente ocupada. Peguei um petisco servido por um garçom aleatório e olhei Alice e Gabriel brincando de correr com três outras crianças, provavelmente filhos dos convidados.

Achei que eles estivessem esperando por mim. O que estou fazendo aqui?

Respirei fundo me sentindo a cada segundo mais incomodada, e quando pensei em sair daquele ambiente, avistei minha mãe vindo em minha direção vestida de garçonete e segurando uma bandeja que já havia sido esvaziada.

- Eu sabia que você mudaria de ideia. - Ela disse com aquele sorriso que conseguia eliminar todo o mal-estar que eu estivesse sentindo antes de me dar um beijo no rosto. - Você está tão linda, meu amor... Diana te convenceu?

Suspirei e assenti.

- Eu não sei como a senhora consegue achar que pode ser uma boa ideia eu estar aqui. - Olhei sua bandeja. - Eu também devia estar servindo os convidados agora.

- Nem pense nisso. - Ela arrumou uma mecha de cabelo. - Hoje você merece descansar. Aproveite essa chance, Angie, não são todos os empregados que a têm.

- A senhora viu o papai? - Eu quis saber, desviando o assunto.

- Vi, mas ele não conversou comigo. Deve estar com vergonha.

Apertei os lábios e desviei os olhos.

- Ele conversou com você?

Assenti dando de ombros.

- Me elogiou, me pediu um abraço...

- E você o abraçou?

Respirei fundo e fiz que sim outra vez. Na verdade, por mais que ele tenha errado, eu também sinto falta dele. Sinto falta das nossas brincadeiras, do seu carinho, dos seus conselhos e sim, dos seus abraços. Quando o abracei, não foi como se estivesse sendo forçada a fazê-lo; eu também queria isso. Eu sentia saudades.

Minha mãe levantou meu queixo com o indicador e sorriu com carinho.

- Você é meu orgulho, sabia disso? Eu posso ver Deus em você.

Sorri para ela sem saber o que responder. Vagarosamente minha mãe deixou seu sorriso carinhoso se esvair tornando sua expressão levemente mais séria, e acariciou meu rosto com a mão.

- Eu te amo, Angie. - Ela disse devagar. - Eu te amo demais. Então por favor, nunca se esqueça de quem você é, está bem? Não importa o que aconteça nessa festa ou depois dela, nunca... perca sua essência.

Um plano para nós (PAUSADO)Where stories live. Discover now