Capítulo 32

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Angeline narrando:

Olhei para Alice sem saber ao certo o que fazer. Ela encolheu os ombros, os olhos inexpressivos, e voltou a comer.

- Você não deixou de gostar de mim, não é? - Perguntei.

- Não. Nem o Gabriel, ele só não gosta do seu namorado.

Eu ainda podia sentir meu coração apertado, mas sorri.

- Tyler não é tão ruim assim.

Ela me olhou sob os cílios.

- Mas não é tão bom quanto meu tio.

Pensei por um momento nos últimos três anos da minha vida e nas últimas semanas, colocando Thomas e Tyler em um tipo de balança psicológica. Os dois erraram, embora Tyler tenha sido por um tempo maior. Os dois decidiram tentar se redimir... mas por mais que eu tentasse negar, às vezes Thomas parecia bem mais sincero que meu namorado.

Suspirei. Thomas tinha essa mania de me desiludir quando eu achava que ele estava mudando, mas enquanto ele não fizesse isso de novo, era óbvio óbvio que Alice tinha razão.

- Não... - Respondi com um meio sorriso. - Ele não é.

Ela desviou os olhos e comemos em silêncio por um tempo antes dela dizer qualquer outra coisa.

- Você é feliz, tia Angie?

Franzi a testa pra ela.

- Como...?

- Tyler te faz feliz?

Eu devo ter hesitado por um tempo desnecessário me perguntando se esse era o tipo de pergunta que uma criança de onze anos faria, porque quando ela viu que eu nao sabia como responder à sua pergunta, encolheu os ombros outra vez.

- Tio Thomas conseguiria te fazer feliz.

- Alice, seu tio é meu patrão.

- Quem é patrão não pode amar quem é empregada?

Pisquei, mais uma vez sem palavras. Por fim, decidi levar isso na brincadeira, sorrindo.

- Você é muito inteligente pra uma criança da sua idade, mocinha.

Ela sorriu de volta, mas seu sorriso não chegou aos olhos.

- Eu só não entendo, tia Angie. Se o Tyler não te faz feliz, você devia deixar ele e ficar com o tio Thomas.

- Não é tão simples assim.

- Por quê?

Oh, Deus... como explicar a ela tudo o que me separa do seu tio?

Respirei fundo.

- É complicado...

- Você não gosta dele, não é? Do meu tio.

Mordi meu lábio inferior antes de responder com um menear de cabeça:

- Não desse jeito.

- Sabe, a mamãe também não gostava do meu pai quando eles se conheceram. - Alice disse indiferente, brincando com o resto do sanduíche em seu prato. - Mas as coisas mudaram... e agora eles estão casados e são muito felizes.

Eu sorri.

- Talvez eles não tenham sido tão complicados.

Ela pensou um pouco e deu de ombros.

- É...

- Agora chega dessa conversa. Vamos terminar de comer que eu ainda preciso subir pra fazer as pazes com seu irmão.

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora