Capítulo 28

80.6K 7.9K 9.6K
                                    

Angeline narrando:

- Angie... - Minha mãe me chamou e por um momento achei que fosse um sonho. - Levante-se, querida. George quer conversar com os empregados antes das crianças acordarem.

Resmunguei insatisfeita, mas abri os olhos. Precisei de um longo momento para me dar conta de que as lembranças que eu tinha da noite anterior eram reais. Bem, pelo menos a maior parte delas...

- Que horas são? - Perguntei grogue de sono, me sentando no sofá.

- Seis e meia. - Minha mãe me olhou da cozinha, onde acabava de fazer o café. - Tudo bem?

Bocejei e passei a mão na nuca.

- Estou exausta e com dor nos pés.

- Todos estamos, querida.

Olhei pra ela e pisquei, eliminando o sono que existia em mim.

- Eu acho que sonhei... algumas vezes. - Franzi a testa esfregando os olhos. - A senhora pode me dizer o que aconteceu ontem?

Minha mãe me olhou desconfiada por alguns segundos.

- Você não se embebedou, certo?

- É claro que não. - Balancei a cabeça com nojo. - Só que eu me lembro de algumas coisas um pouco... absurdas demais.

Minha mãe sorriu, pegando um pouco de café no copo e se virando para me olhar.

- Bem... você ficou famosa por usar uma máscara, Eileen te deu um banho de champanhe e o Sr. Strorck não parava de te olhar.

Eu a observei por alguns segundos. Então era real... era tudo real. Ele realmente me disse o que eu acho que ele disse antes de eu ir embora.

No final você escolherá um de nós dois, Angeline, e acredite em mim... eu farei de tudo pra que seja eu.

Santo Cristo, onde ele queria chegar com isso? Há exatamente uma semana eu o ouvi dizer: "Se eu o deixasse te usar, quem iria nos servir?". Agora ele diz: "Eu quero ser o seu escolhido."

Esse homem definitivamente não é normal.

- Você está bem? - Minha mãe perguntou preocupada.

- Claro. - Assenti.

Ela me encarou por alguns segundos.

- Querida, me responda uma coisa. - Disse por fim, deixando o copo de café sobre a pia. - Existe alguma coisa entre você e o nosso patrão?

Franzi a testa.

- Que pergunta é essa?

- Bem, ele tem estado... estranho ultimamente, e não foi apenas eu que notei isso. Ontem ele parecia agitado, um homem que eu sempre vi tão controlado... e frequentemente eu o via perto de você. Vi que conversaram, mas não precisa me dizer qual foi o assunto, se não quiser. Eu só acho que, como sua mãe, eu devia ter o direito de saber se está acontecendo alguma coisa entre vocês.

Balancei a cabeça para os lados.

- Não está acontecendo nada entre a gente, mãe. Ele só está... diferente.

- Diferente? - Ela ergueu uma sobrancelha.

- É, ele... não me trata mais com o se eu fosse um lixo. Agora ele até... me faz sentir especial.

- Claro, eu percebi... - Minha mãe tinha a sabedoria descrita nos olhos quando cruzou os braços. - Não o deixe te usar, filha.

- Eu não vou deixar. - Respondi convicta.

Um plano para nós (PAUSADO)Where stories live. Discover now