CAP 38 - Porta trancada

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No início, beijar Maxine tinha sido confuso, nós estávamos em puro êxtase, então os beijos eram quase desesperados, nossas respirações ofegantes delatavam que estávamos sufocando nos nossos próprios sentimentos. Eu não conseguia parar de beijar ela. Eu não queria parar de beijar ela. E tudo em que eu pensava era que eu estava beijando ela. E que ela beijava meninas.

Nunca conversamos sobre isso, então eu não tinha certeza.

— Eu beijei você! — Maxine gritou o mais baixo que pôde.

— E eu beijei você! — Eu gritei o mais baixo que pude. Max me abraçou e me beijou de novo.

— A gente se beijou, a gente se beijou! — Max tateou todo o meu rosto. — É real?

— Vê se isso é real o suficiente pra você. — Posicionei meu polegar à frente de sua orelha, com meus outros dedos em sua nuca, e a puxei pelo pescoço e pela cintura para outro beijo.

Enquanto o sol se punha e o céu passava do laranja, roxo, azul e amarelo que estava antes ao azul escuro, da cor do gorro dela, nós passamos a respirar mais lentamente. Nosso beijo foi ficando mais lento nos primeiros ventos da noite.

— Quer descer e ir jogar alguma coisa? Aqui tá ficando frio. — Max olhou pra mim, entrelaçando os dedos das nossas mãos.

— É uma boa ideia, qual jogo você quer jogar? — Começamos a descer a escada, com ela na frente.

— Não sei, qualquer um- — Ela deu uma pausa, pareceu que tava parando pra pensar. Então, ela falou súbita e rapidamente. — Desde que seja com você.

Sorri.

Eu me sentei no sofá enquanto Maxine procurava jogos numa pilha enorme e vinha até mim com um específico em mãos.

— Guitar Hero? Eu não jogo esse há muito tempo.

— Eu também não, bora? — Ela se inclinou até chegar tão perto que eu sentia sua respiração na minha pele e se apoiou no sofá com os dois braços, um de cada lado do meu corpo, falando perto da minha boca.

— Bora. — Max se virou, tirou o blazer da Grandhill e desensacou a camisa de botão branca de dentro, arregaçando as mangas. Ela ficou de cócoras pra colocar o jogo no Playstation 3, que ela conectou na televisão, e voltou pro sofá, me entregando um controle enquanto me dava outro beijo.

— Você conhece um filme chamado Hora de Correr? — Ela olhou pra mim. — É sobre umas crianças que ficam atazanando os vizinhos e se encontram numa casa da árvore.

— Conheço. —  Ela escolheu um personagem de cabelo verde pontiagudo, chamado Johnny Napalm. Eu escolhi uma loira de sutiã preto chamada Casey Lynch. —  Aí eles são mandados pra um acampamento no verão seguinte em Hora de Correr 2.

Ela olhou pra mim.

— Por que a pergunta? — Ela pareceu apreensiva.

— Eu lembrei dele hoje, que eu vi quando era criança. — Então, continuei falando ao mesmo tempo em que Maxine fazia um comentário. Nós falamos juntas. — Eu tinha o maior crush na Cameron.

— Você também? — Falamos juntas de novo.

Maxine suspirou.

— Me lembra da primeira vez que eu beijei uma garota. Foi um pouco depois de ver o filme. —  Ela olhou subitamente pra mim. — Quantas meninas você já beijou?

— Três.

— Três? — Ela pareceu surpresa. — Mais quem?

Eu não sabia se contava pra ela.

A Vida Absolutamente Ordinária de Amanda Pritchett ⚢Onde as histórias ganham vida. Descobre agora