CAP 47 - A Casa Assombrada de Heron Lake

718 151 376
                                    

— O que vocês acham da gente passar ali antes? Tão alugando fantasia. — Thomas apontou para uma barraquinha, entusiasmado. Raven sorriu.

— Acho que seria legal, Tom-tom.

— Ui-ui, Tom-tom. — Max imitou a voz de Ray, que ia dar um tapa na cabeça dela, mas Max desviou. — Pra quê essa violência, Ray-ray?

Max e eu rimos.

— Max já era insuportável sozinha, Mandy, você ainda dá corda pra ela. — Raven brincou.

— Antes mal acompanhada do que só. — Max riu e passou o braço por trás dos meus ombros.

— Quer dizer que eu sou má companhia? — Max olhou pra mim, segurando meu queixo com o polegar e o indicador.

— A pior. Agora eu vivo fugindo da aula por sua culpa.

— Não que você precisasse de muito incentivo antes. — Raven fingiu tossir. Max tentou chutar ela, mas ela fugiu. As duas riram.

— Parem de ser idiotas e vamos logo, se não vão pegar as melhores antes da gente. — Jamie tomou a dianteira, indo até a barraca. — Quais fantasias vocês têm?

— Podem dar uma olhada, o aluguel é 10 euros. 

Todo mundo entrou na barraca apinhada de fantasias velhas e novas, algumas sem cheiro e outras com cheiro de suor ou de perfumes de outras pessoas.

— Eu trouxe um estojo de maquiagem, pra quem quiser. — Jamie puxou da mochila dela um lápis de olho, um kit de sombras, uns dois batons e outras coisas que eu não sei o que eram.

— Muito tentador, mas eu passo. — Max se enfiou no meio de algumas roupas penduradas.

— Roxo ou preto? — Jamie trocava um chapéu de bruxinha por outro na frente de um espelho.

— Preto? — Theo olhava as roupas por cima, meio sem interesse. 

— Roxo. — Jamie saiu serelepe pra alugar a fantasia de bruxa roxa. — Eu adoro roxo.

Ela levou a roupa pro trocador e logo depois saiu ainda com as roupas na mão.

— Desistiu? — Raven perguntou, olhando ela mesma uma roupa de bruxa que era preta e laranja.

— Mudei de ideia. Quero ir com essa aqui. — Jamie pegou uma roupa que eu não vi o que era, era branca, azul e vermelha, além de umas tintas pra cabelo rosa e azul. — Não vai olhar nada pra você, Mandy?

Eu percebi que era a única que estava parada sem fazer nada. 10 euros era tudo que eu tinha na mochila depois de encontrar na minha calça naquele dia. Se eu alugasse a fantasia não ia ter dinheiro pra mais nada.

— Eu tô sem dinheiro. Se eu gastar os 10 euros na fantasia não posso mais gastar com nada.

— A gente paga pra você. Você não pode ser a única sem fantasia. — Raven olhou ao redor. — Somos 5, 6 com você. Se cada um der 2 euros a gente paga.

— Não precisa, eu posso ir fantasiada de estudante lésbica com pânico social e mommy issues.

— Isso foi muito específico, tá tudo bem? — Ray pegou o dinheiro de todo mundo que estava entregando a ela e depois entregou pra mim. — Toma, escolhe algo legal pra você, a gente te cobre.

— Tem certeza? — Ela assentiu. — Eu devolvo depois.

— Mad, olha!

Max apareceu do meu lado do nada usando uma máscara de monstro feita de látex. O monstro era acinzentado, tinha orelhas ponturas degeneradas, olhos pretos putrefatos e uma boca aberta mas grudada por alguns fios de pele.

A Vida Absolutamente Ordinária de Amanda Pritchett ⚢Onde as histórias ganham vida. Descobre agora