Abri o blazer e peguei meu celular no bolso de dentro. Eu apertei em seu botão de "ligar" algumas vezes até que sua luz se acendesse. Fui até os contatos e procurei aquele que eu queria. Em meu celular, o som de chamada soou algumas vezes até que alguém atendesse.
— Pai? — Por mais que eu tentasse impedir, minha voz soou assustada e chorosa.
— Amanda? Meu amor, tá tudo bem? — Escutar a voz do meu pai trouxe calmaria à turbulência que era o palpitar do meu coração. Eu sorri levemente e desci do banco, me sentando no chão.
— Pai, você me ama? — Mordi minhas unhas e minha voz quebrou enquanto falava.
— Filha, o que aconteceu? É claro que eu te amo. — Meu pai soou preocupado.
— Você me ama de qualquer jeito? Mesmo que eu não seja a filha perfeita que você sempre quis? — Eu chorava e sorria e já não enxergava nem entendia nada.
— Shahad, você tá me assustando. É claro que eu te amo, minha querida, você é perfeita de qualquer jeito. — Fechei os olhos e sorri, mordendo o lábio inferior por costume antes de perceber que era uma péssima ideia. Porque doeu.
— Me desculpa por não ser como você queria, pai. — Olhei para cima, contendo as lágrimas. Jamie veio para perto de mim e me abraçou. — Mas eu tentei... — Chorei, soluçando e fazendo careta. — Eu tentei.
— Amanda, o pai te ama de todo e qualquer jeito, você sempre vai ser minha filha, não precisa fazer nada pra ser perfeita.
— Eu te amo, pai. — Ouvi algumas crianças falando perto do celular de papai, o que me assustou. Quem eram aquelas crianças?
— Eu te amo, filha, o pai tá sempre aqui pra você. Se quiser conversar, pode vir ou ligar, tá bom? — Eu o ouvi pôr a mão no microfone e falar com os meninos. — Você precisa de alguma coisa? Quer que eu vá aí?
— Não, paapa, não precisa. — Funguei. — Eu vou ficar bem, só precisava falar com você.
— Você não deveria estar na escola? Eu tô preocupado, o que aconteceu?
— Intervalo do almoço, pai, tá tudo bem. — Tombei minha cabeça sobre os joelhos. — Tô com saudade.
— Também estou, de você, da sua irmã e da sua mãe também.
— Não deixa ela saber disso. — Papai riu e eu ri também, fraquinho.
— Tem certeza de que não precisa de alguma coisa?
— Aham. Não precisa se preocupar.
— É claro que preciso me preocupar, você é meu bebê. — Silêncio. — Qualquer coisa, pode me ligar.
— Eu sei, pai.
Assim que papai desligou e eu parei de chorar. Jamie ficou me abraçando de lado e me deixou descansar a cabeça em seu ombro de novo. Eu não quis voltar para as aulas e ela não quis me deixar sozinha, então ficamos ali durante todo o resto da manhã e da tarde. Cabulamos aula juntas.
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A Vida Absolutamente Ordinária de Amanda Pritchett ⚢
Teen FictionAmanda Pritchett tem 15 anos, pais recém-divorciados, uma irmã de 11 anos, um costume antigo de rabiscar e fazer colagens, uma imaginação tão fértil que talvez seja um pouco preocupante, uma luz noturna infantil e vontade de beijar garotas. Após o d...