CAP 53 - O início de tudo

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— Oi

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— Oi.

A menina de boné, franja e maria chiquinhas baixas tinha a pele clara e olhos puxados, pretos como o cabelo liso dela. Ela usava calça jeans e um moletom com capuz azul escuro com uma listra azul claro, o que era meio estranho porque estávamos no verão.

Seus pés estavam apoiados em cima de um skate, indo para um lado e para o outro.

Ela tava sentada sozinha na escada do hotel, jogando em um PSP.

— Oi. — Ela não levantou o olhar pra falar comigo.

— O que você tá jogando? — Mamãe e papai faziam o check-in enquanto Jessica puxava a perna de mamãe para que eles fossem mais rápido.

— Zelda. — Ela continuou jogando.

— Posso ver? 

Ela finalmente olhou pra mim, assentindo com a cabeça. Me sentei ao seu lado. Ela estava atravessando um lago com o personagem verdinho.

Mamãe deum uma caixinha de suco pra acalmar Jess, que bebeu o suco fazendo barulho.

— Qual seu nome? — Perguntei. Ela pausou o jogo e voltou a olhar pra mim.

— Maxine. E o seu?

— Amanda. — Ela sorriu sem abrir a boca e eu sorri também. — Quantos anos você tem?

— Você gosta de fazer perguntas, né? — Quando ela falou eu percebi que havia um dente faltando.

Passei o dedo pelos meus dentes. Era o terceiro dente dela que estava faltando. O de cachorro.

— É.

— Nove.

— Eu também. — Ela olhou pra mim.

— Vamos, Mandy. — Mamãe me puxou pela mão e eu me levantei. Jess segurava sua outra mão, tomando seu suco de caixinha. Papai trazia uma bolsa pequena e um funcionário do hotel levava um carrinho com nossas malas.

— Tchau. — Maxine falou. Devolvi o tchau com a mão pra ela.

Estávamos viajando de férias no período do verão, antes que eu entrasse no quinto ano. Provavelmente também era o que a família daquela garota estava fazendo.

Mamãe e papai estavam meio cansados da viagem. Diziam que no dia seguinte a gente ia para um parque aquático, mas naquele dia em que nós chegamos eles só quiseram ficar no hotel.

— Posso ir pro playground? — Olhei pra fora da janela, de onde era possível ver as piscinas e o playground do hotel. 

— Desde que você leve a sua irmã. — Revirei os olhos.

— Eu não quero levar ela.

— Então você não vai. — Olhei pra Jessica.

 Ela olhou pra mim com um sorriso desdentado.

A Vida Absolutamente Ordinária de Amanda Pritchett ⚢Where stories live. Discover now