64° Cap.

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mini maratona 3/3

6:00 / 15 de outubro, quinta.

Lucca on

Ontem eu passei a noite com o meu pai, ele está melhorando, porém ainda sente muita dor por conta da quimioterapia.

Acordo com meu despertador tocando. Levanto, faço minhas higienes, troco de roupa e volto para o quarto, logo vendo meu pai sentado.

Phillip: Bom dia filhão.- sorriu.

Lucca: Bom dia meu velho!- sorri e beijei sua testa.- Como o senhor está, em?

Phillip: Com a mesma dorzinha, mas logo passa com o remédio.- segurou minha mão.- Já vai para a universidade?- assenti.- Passa na Liz para ver como ela está, por favor.

Lucca: Pode deixar pai.- sorri.- Beijo, qualquer coisa me liga.- beijei sua mão e saí do quarto.

Encontrei minha mãe na recepção, a cumprimentei e depois fui para o estacionamento do hospital.

Entrei em meu carro e fui em direção ao prédio da Liz. O porteiro me liberou assim que me viu, pois me conhece. Subi para o andar dela e então bati de leve na porta.

Ninguém respondeu nada, e eu achei meio estranho, pois a porta estava destrancada e a Liz nunca dorme com a porta destrancada.

Entrei devagar no apartamento dela, e assim que olhei para frente, a vi deitada na frente da janela da sala, no meio de um monte de coberta.

Lucca: Ai Liz...- ri balançando a cabeça de leve.

Ela tava tão bonitinha dormindo, parecia em paz, como se não estivesse passando por tudo isso. As vezes eu tenho vontade de colocá-la dentro de um potinho e a proteger de todo esse mundo de problemas e decepções.

Lucca: Ei dorminhoca...- a balancei e a mesma se assustou.- Calma, sou eu, Lucca.

Liz: Ah, bom dia.- se sentou.- Como você entrou?- perguntou esfregando os olhos.

Lucca: Esqueceu de trancar a porta ontem.- ri e beijei sua testa.- Por que dormiu no chão?- me sentei ao seu lado.

Liz: O céu estava muito bonito.- sorriu.- Aí eu deitei aqui e fiquei conversando com Deus enquanto observava as estrelas.- levantou do chão.- Fazia tempo que não dormia tão bem como ontem.- sorriu.

Lucca: Percebi, estava parecendo um anjinho.- sorri.- Como você está?

Liz: Bem, ontem resolvi um dos milhares de problemas e depois fui fazer um trabalho de química na casa do Dylan.- disse indo até o banheiro.- Mas você não está bem, e pode ir desabafando porque eu não vou sossegar enquanto você não botar tudo para fora!- começou a escovar os dentes e me olhou.

Lucca: Ah... Eu estou tentando levar tudo isso...- respirei fundo.- Estou bem mal por conta do papai, mas não queria passar isso para você e para a mamãe, vocês já estão mal o bastante.

Liz: Lucca, você não é de ferro... Você também tem sentimentos, também chora, também merece um abraço de consolo!- cuspiu a pasta e me olhou.- Para de ser forte o tempo todo João... Deixa eu cuidar de você também.- me olhou nos olhos.- Poxa, eu te amo e quero cuidar de você como sempre cuidou de mim.- voltou a escovar os dentes.

Lucca: Eu sei, é que... Eu não consigo me expressar direito, nunca sei como explicar o que sinto.- me sentei no sofá.- A Emma sempre tenta me ajudar, e eu acho que acabei magoando ela com essa minha dificuldade de desabafar.- olhei para o chão.- Estou com medo... Medo de não saber o que fazer, medo de decepcionar você e nossos pais com a faculdade, medo de não ser bom o bastante para meus amigos, medo de não dar certo com a Emma e principalmente... Medo de perder o papai.- senti as lágrimas se formarem em meu olhos.- Eu só estou com medo...

O Idiota do Meu VizinhoWhere stories live. Discover now