81° Cap.

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07:00 / 25 de outubro, domingo.

Dylan on

Nunca fui bom com sentimentos... Acho que ver a frieza que meus pais tratam um ao outro acabou influenciando um pouco nisso. Não sei demonstrar direito quando sinto, muito menos deixar claro quando não sinto.

Quando Liz e eu nos beijamos na casa do lago, acabei ferindo os sentimentos dela por conta dessa confusão toda da minha cabeça. Tentei dizer a ela que queria a beijar, mas acabei fazendo parecer que queria tentar algo sério... Não que eu não tenha pensado em como seria, porque já pensei, mas... Não sei.

Ela é uma garota incrível, melhora o dia de qualquer pessoa sem esforço algum, tem um beijo doce e suave que é impossível de não querer de novo... Mas acho que eu não suportaria tentar algo correndo o risco de machuca-la e acabar perdendo ela para sempre.

Essa questão de não saber o que quero, nem o que sinto é complicada demais, e não estou nada afim de colocar minha relação incrível com minha melhor amiga em jogo.

Acordo com meu despertador tocando. Me levanto, faço minhas higienes no banheiro, tomo um banho e troco de roupa, colocando uma roupa de treino. Desço para a cozinha e encontro meu pai tomando um café enquanto lê jornal.

Simon: Bom dia.- disse sem tirar os olhos do jornal.

Dylan: Olha só, lembrou que tem casa!- respondi em tom sarcastico e fui até o armário.

Simon: Tá perdendo o respeito em garoto!- repreendeu.

Dylan: Desculpa.- peguei um copo e fui até a geladeira.- Vai trabalhar em casa hoje?- respirou fundo.

Simon: Tirei folga.- parei e o olhei surpreso.- É...- riu.

Dylan: Uau, o que é que fez esse milagre acontecer?- peguei leite, morangos e bananas congeladas.

Simon: Sua mãe se ofereceu para ir na reunião em meu lugar e na empresa está tudo sob controle.- dobrou o jornal.- Vai para a academia?- assenti.- Posso ir junto?

Dylan: Você?- o olho enquanto coloco leite no liquidificador.- Na acadêmia?!- levantei uma sobrancelha.

Simon: O que?- me olhou confuso.- Tô velho, não morto.- deu de ombros.- Aliás, estava caminhando enquanto você dormia!- se gabou.

Dylan: Eu diria que sequestraram meu pai e colocaram alguém muito parecido no lugar.- ele riu.

Simon: A vida não é só trabalho meu filho!- se levantou do banco e veio até mim.

Dylan: Tá legal, agora está me assustando!- fechei o liquidificador e o olhei rindo.- O que tá rolando?

Simon: Nada, só quero passar um tempo com você.- respirou fundo.- Não tenho dado muita prioridade pra você, filho... Moramos na mesma casa e quase nunca nos vemos!

Dylan: Claro, você está sempre viajando, e quando não está, se tranca naquele escritório o dia inteiro.- dei de ombros.

Simon: Desculpa.- o olhei e o mesmo abriu os braços para um abraço.- Sei que não sou muito bom nesse lance de ser pai...- riu sem graça.- Quero tentar melhorar, então me dá essa chance.- sorri e o abracei.

Assim que soltamos o abraço, coloquei aveia e as frutas congeladas no liquidificador, bati tudo e depois tomei. Fomos até a academia de carro, e chegando lá, fui começar meu treino enquanto meu pai fazia a inscrição dele.

Me alonguei enquanto esperava meu pai, e assim que ele chegou, comecei meu treino de perna. Ele treinou costas e eu o ajudei em alguns exercícios, pois fazia um bom tempo que ele estava afastado.

O Idiota do Meu VizinhoWhere stories live. Discover now