O Idiota do Meu Vizinho

84° Cap.

Mini maratona 1/3

09:00 / 30 de outubro, sexta.

Ana Liz on

Levantei num pulo só quando senti o sol em meu rosto e percebi que o celular não havia tocado. Olhei o horário e percebi que já havia passado bastante tempo, então resolvi não ir mesmo.

Prendi meu cabelo em um coque frouxo e olhei para Connor, que está dormindo como um anjinho, nem parece aquele menino teimoso. Senti um sorrisinho se formar em meu rosto, e foi aí que percebi que não tem mais volta... Connor Baker tem meu coração, mas dessa vez, por inteiro.

Se alguém me parasse à três meses atrás, e me dissesse que um dia eu estaria gostando de alguém de novo, ainda mais o Connor, tenho certeza que teria recomendado uma psiquiatra pra essa pessoa! Mas tudo mudou desde aquele dia que apanhei na escola e pela primeira vez em três anos, ele se preocupou comigo... Ele me enxergou.

Com muito cuidado, fiz carinho em seus cabelos tentando não acordá-lo, depositei um beijinho em seu rosto e então fui para o banheiro tomar um banho quente.

Ao sair, escovei os dentes, coloquei uma calça legging, um suéter de lã bege e meias brancas. Voltei para o quarto e passei creme de rosto, um gloss e um pouquinho de rímel. Calcei um tênis branco e então fui até a sala, peguei dinheiro e fui até o Starbucks da esquina.

Comprei dois cafés e dois pedaços de brownie, paguei, e voltei pra casa, encontrando Connor sentado na cadeira todo descabelado.

Liz: Oi!- fechei a porta.

Connor: Oi, achei que tivesse ido para o colégio e me largado aqui dormindo, já estava morrendo de vergonha!- se levantou.

Liz: Relaxa! Eu trouxe brownies.- sorri e coloquei a sacola em cima da mesa.

Connor: Oba!- sorriu e eu entreguei o café para ele.- E café também?! Uau!- beijou minha bochecha, logo em seguida dando um gole em seu café.

Liz: E esse cabelo todo arrepiado?- ri e ajeitei.

Connor: Dormi sem minha touquinha de cetim, sabe como é, né?- fez uma cara engraçada e eu levantei minhas mãos em rendição.- Eita...- olhou o celular que vibrou e logo sua feição mudou.- Sinto muito gatinha, vou ter que ir...- disse se levantando.

Liz: Vai aonde? Tá tudo bem?- pergunto preocupada.

Connor: Tá sim, só minha mãe dando chilique...- respirou fundo.- De novo.- forçou um sorriso.- Segunda vez essa semana.

Liz: Toma, leva o seu brownie.- tirei o meu e entreguei a sacola pra ele.

Ele beijou meu rosto e logo saiu com pressa, foi de pijama e descalço para o elevador. Terminei de tomar meu café da manhã e depois organizei um pouco a casa.

Na hora do almoço marquei de ir com Emma para o Bob, então passei na escola para buscar ela e fui o caminho todo ouvindo Emma me dar esporro por ter a deixado vir sozinha hoje para a escola.

Entramos e nos sentamos na frente do balcão. Conversamos com o Bob enquanto ele preparava nossos sanduíches, e assim que comemos, fomos para o centro comprar nossas fantasias para o baile e para as festas que vão ter no fim de semana.

Emma: Boa tarde, onde ficam as fantasias?- perguntou para uma atendente.

Atendente: Boa tarde, venham por aqui.- sorriu gentilmente e nos levou até o corredor.- Temos essas.- sorriu

Liz: Obrigada.- sorri e a moça saiu.

Olhei os preços e com certeza não dariam para o meu orçamento. Cada fantasia estava em torno de oitenta euros!

Emma: O que foi?- me olhou.- Tá tudo bem?

Liz: A-ah...- soltei a etiqueta que eu estava olhando.- Está sim.- sorri fraco.- Acho que não vou de fantasia...

Emma: Por que? Você estava mais ansiosa que eu para isso.- se virou para mim e eu respirei fundo.- Pode me contar amiga, sabe que eu estou aqui.

Liz: É que... Com o tratamento do meu pai, e as despesas de casa...- coloquei o cabelo atrás da orelha.- Não da pra gastar em uma fantasia nova, sem contar que ainda estou devendo a mensalidade do prédio.- balancei a cabeça.- Eu preciso de um trabalho!- passei a mão no rosto.

Emma: Por que não me disse? Sabe que eu posso e vou te ajudar com o valor que eu puder! E meu pai também não se importaria.

Liz: Não.- neguei.- Sei que posso contar com você, mas não posso pegar seu dinheiro, Emma!

Emma: Pegar o meu dinheiro?- riu sínica.- Ana Liz, sou sua melhor amiga e eu que estou oferecendo ajuda! Você não está pedindo dinheiro pra ninguém.- me olhou um pouco brava.

Liz: Eu sei amiga, desculpa.- segurei em seu ombro.- Agradeço muito, mas se quiser mesmo me ajudar, me ajuda a arrumar um emprego.- beijei sua testa.

Emma: Ok.- sorriu fraco.- Vamos pra um brechó, tenho certeza que encontraremos ótimas fantasias.- sorriu e me puxou para fora.

Acabei encontrando um vestido de brilho verde perfeito, e estava novinho! Arranjei uma asa de fada, e voilà! Uma fantasia da sininho. Tenho certeza que vou passar frio, mas pelo menos gastei menos que a metade de uma fantasia naquela loja. Acabei deixando as outras fantasias para lá, pois vou usar umas antigas que tenho, ou montar em casa mesmo.

Passamos pegar as coisas da Emma na casa dela, e depois fomos para o meu apartamento. Ficamos fazendo vários nadas até o fim da tarde.