80° Cap.

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18:00 / 24 de outubro, sábado.

Ana Liz on

Já estava quase terminando de me arrumar, quando meu celular tocou. Era meu pai me ligando para saber como estou. Conversei com ele enquanto calçava meu sapato e assim que terminei, peguei meu casaco, minha bolsa me sentei no sofá.

Ele pediu para ligar por chamada de vídeo para me ver e ficou me elogiando por um tempão. Assim que tocou a campainha, me despedi de meu pai e desliguei a chamada, logo saindo de casa e encontrando Connor todo sorridente e cheiroso.

Liz: Oi!- disse fechando a porta.

Connor: Vamos aonde?- me olhou.

Liz: Não faço a mínima idéia.- sorri e tranquei a porta.

Connor: Como você me chama pra sair sem saber para onde vamos?- levantou uma sobrancelha e eu fui até o elevador.

Liz: Vamos passear Baker, andar por aí e apreciar a paisagem.

Connor: Que papo de maconheiro é esse, lorinha?- entrou no elevador.

Liz: Ai meu Deus.- balanço a cabeça enquanto rio, o fazendo rir junto.

Descemos até a garagem e entramos em meu carro. Fomos o caminho todo cantando algumas músicas de 2014 que tinha no meu Spotify, e foi super divertido.

Estacionei em frente a um parque lindo, onde se encontra poucas pessoas.

Connor: Que parque é esse?- perguntou descendo.

Liz: Passou por aqui várias vezes e você nunca viu?!- tranquei o carro.

Connor: Passei por aqui quando?- me olhou confuso.

Liz: É caminho da casa da sua mãe, Baker.- me aproximei dele.- Vem, vamos.- comecei a andar e o mesmo me seguiu.

Connor: É vazio assim sempre?- olhou em volta.

Liz: É um pouco... Tem alguns idosos que vem aqui apreciar a vista, e algumas crianças que brincam aqui de tarde, mas não vem muita gente não.

Connor: Vem muito aqui?

Liz: Eu vinha mais nas férias, agora nem tenho tanto tempo.- sorri fraco.

Andamos até o meio do parque e nos sentamos no balanço. Ficamos conversando sobre diversos assuntos e depois começamos a balançar.

Posso estar sendo emocionada, mas sinto que Connor fica tão leve ao meu lado. O sorriso fica mais largo, seus olhos brilham mais, ele se permite ser ele mesmo...

Ele é um menino complicado de lidar, não foi nada fácil aguentar tudo para tê-lo perto de mim... Mas quando estamos juntos, sinto que tudo valeu a pena.

Depois do Renato, me fechei e não me envolvi com mais ninguém. Talvez tenha sido um bloqueio emocional, ou algo do tipo, mas me faz rir toda vez quando lembro que quem conseguiu "curar" esse bloqueio, é o menino que infernizou três anos da minha vida na escola.

Connor: Ana Liz?- me chamou passando repetidamente a mão em frente do meu rosto.

Liz: Ah...- pisquei e o olhei.- Oi?

Connor: Estava longe.- rimos.- Tá pensando em que, em lorinha?- focou a atenção em mim.

Liz: Em como seria se o Connor e a Liz de um ano atrás, nos vissem aqui, agora.- sorri com meu pensamento.

Connor: Provavelmente seria a cena mais esquisita que já vimos em toda a nossa vida.- riu.- Quem diria em?!- se levantou e esticou a mão logo me puxando para ficar de pé.- A tampinha estressada junto com o gatão do Lacrosse.- envolveu o braço em minha cintura.

Liz: Ih alá que metido!- o olhei indignada e ri.

Ele sorriu olhando no fundo de meus olhos. Senti meu coração aquecer e bater forte, quase pulando pela boca. Por mais envergonhada que eu esteja me sentindo, não consigo desviar o olhar daqueles olhos profundos.

Ver aquele brilho me deixa calma, estar perto dele me faz sentir segura, aconchegada... Quase como se fosse meu lar.

Connor: Obrigada...- beijou minha testa e eu o olhei sem entender.

Liz: Obrigada? Pelo que?

Connor: Por ficar.- respirou fundo.- Eu fui tão imaturo e babaca... E mesmo assim você ficou.- sorriu fraco e eu o abracei.

Liz: No fundo eu sabia que iria valer a pena.- sorri.

Ficamos ali por uns três minutos, e depois fomos comprar chocolate quente, pois a temperatura estava caindo mais. Andamos até o lago que fica a uma quadra de distância do parque, e paramos para olhar enquanto terminamos as bebidas.

Connor: Liz...-o olhei.- É impressão minha, ou está nevando?- perguntou e então olhei pra cima.

Caiu um floco na minha testa e então eu sorri. Amo quando neva, me sinto dentro de um filme e toda vez me lembro que estou vivendo o que sempre sonhei.

Connor: Vamos para casa, a temperatura está baixando cada vez mais, e estamos só com esses casacos.- levantou e esticou a mão para eu segurar.

Liz: Vamos.- segurei e levantei, logo começamos a andar.- Olha que lindo a neve caindo no lago!- apontei e sorri como uma criança vendo neve pela primeira vez.

Connor: Achei que não gostasse do frio.- sorriu.

Liz: E não gosto, mas quando neva... sei lá, me vem muitas lembranças boas.- sorri e fomos até o carro.

Assim que entramos, dei partida pra casa. Cada um foi para seu apartamento, e assim que entrei, fui me esquentar na frente do aquecedor.

Troquei de roupa, colocando um pijama quente. Escovei os dentes e assim que me deitei, fiquei pensando no dia de hoje até pegar no sono.

O Idiota do Meu VizinhoWhere stories live. Discover now