67° Cap.

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13:00 / 16 de outubro, sexta.

Ana Liz on

Não conseguir dormir quase nada depois do susto ontem. Cheguei em casa as cinco, e simplesmente tirei um cochilo de uma hora, o que me fez acordar aflita. Aquela imagem não saia por nada da minha mente, bastava só eu fechar meus olhos, e lá estava meu pai morto.

Então com todo o nervosismo, eu me sentei na cama e tentei fazer exercício de respiração. Lucca acordou com minha respiração descontrolada e tentou ajudar eu me acalmar.

Não funcionou muito bem, então nós nos vestimos e fomos andar um pouquinho no parque. Vimos o sol nascer e quando deu oito horas, fomos tomar um café no Starbucks. Ficamos um bom tempo conversando e depois fomos para casa.

Lucca não tirou o olho de mim, por mais cansado que estivesse, parecia que ele queria se garantir de algo. Eu não entendi muito bem, mas aceitei como uma preocupação de irmão mais velho.

Ficamos mexendo no celular e logo o tempo passou. Quando deu onze horas, fomos para o hospital, mas ninguém nos deixou entrar, pois meu pai ainda estava tomando alguns remédios.

Lucca: Moço!- chamou um enfermeiro que passou em nossa frente, e o mesmo nos olhou.- Posso saber que horas vamos poder ver nosso pai? Já faz duas horas que estamos parados aqui!- disse sem paciência e o mesmo olhou para uma moça que estava concentrada mexendo em alguns papéis.

Enfermeiro: Vem cá, eu levo vocês.- sorriu e nos levou até o corredor dos quartos.- Qual o nome do paciente?- perguntou andando.

Liz: Phillip Rodrigues.- disse acompanhando o moço.

Ele nos levou até o quarto, agradecemos o mesmo e então entramos. Meu pai estava acordado, e assim que nos olhou, abriu aquele sorrisão.

Meus olhos se transbordaram incessantemente, minhas pernas tremeram sem força e assim que Lucca soltou o abraço de meu pai, eu simplesmente cai em seus braços.

Phillip: O que foi minha pequena?- perguntou rindo e fazendo carinho em minhas costas.

Liz: Você disse que não ia papai... Você falou que não ia nos deixar pai, você falou...- disse entre soluços.- Nunca mais faça isso... Nunca...- ele apertou o abraço e eu senti uma lágrima dele cair em meu ombro.- Eu jurei que você tinha partido... Seu coração parou pai.

Phillip: Mas eu não parti, filha!- segurou delicadamente em meu queixo, me fazendo olhar em seus olhos.- Eu disse que vou lutar até não poder mais, não disse?- assenti.- Então meu amor.- limpou minhas lágrimas.- Todas suas orações de noite, por mais baixinho que tenha sido, Deus ouviu.- sorriu.- Sinto muito por ter visto meu coração parar... Deve ter ficado assustada, principalmente quando alguém entrou para socorrer.- respirou fundo.- Mas aquilo não estava sobre o meu controle querida.- segurou minha mão.

Lucca: Mas agora está bem, não está?- meu pai assentiu.

Clarice: O papai está bem, só fraco e com dor, mas está bem.- sorriu e eu abracei meu pai mais uma vez.

Ficamos conversando, fizemos um círculo de oração para agradecer e quando deu umas três da tarde, fui para casa. Lucca pegou as coisas dele, e depois de ter certeza de que eu estou bem, ele voltou para a faculdade.

Por mais que eu já estivesse aliviada ao ver meu pai bem, ainda vejo aquela imagem horrível. É assustadora a imagem que vejo... Não é do meu pai ao meu lado quando o coração dele parou, mas sim uma imagem horrorosa, com ele aberto na mesa de cirurgia e cheio de sangue...

Sei lá de onde veio isso, nunca o vi em alguma cirurgia. Talvez seja o medo, ou a preocupação... Eu só desejo que isso pare logo.

Estava assistindo série na sala para tentar me distrair, quando ouço a campainha tocar. Abro a porta e vejo Emma, que logo me olhou triste.

O Idiota do Meu VizinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora