90° Cap.

4.7K 269 43
                                    

12:00 / 02 de novembro, segunda.

Ana Liz on

Hoje acordei super cedo. Não consegui dormir quase nada devido a empolgação para meu primeiro dia de trabalho. Não parei quieta um segundo na escola, fiz tudo com bom humor, e no intervalo revisei as regras da casa.

Ao acabar minhas aulas, fui até meu carro e esperei Emma. Não a vi o dia todo, pois as duas aulas que tínhamos juntas hoje, ela passou na diretoria resolvendo algumas coisas com uma menina que ela brigou na sala de inglês dela.

Emma: Oi gatinha!- sorriu ao chegar e me abraçou.

Liz: Oi, o que deu?- destranquei o carro.

Emma: Tomei suspensão de dois dias.- revirou os olhos e entrou.

Liz: Oi?!- a olhei espantada.- Emma, o que você fez?- entrei no carro e a encarei.

Emma: Ah...- coçou a cabeça.- Meio que xinguei ela de resto de aborto, e talvez.... Só talvez, minha mão tenha escorregado na cara dela.- olhou pra baixo segurando a risada e eu a olhei por alguns segundos tentando raciocinar o que Emma havia acabado de contar.

Liz: Menina, você é louca.- liguei o carro e balancei a cabeça rindo.- O que ela te fez?- dei partida.

Emma: Aquela menina é abusada demais, nossa!- revirou os olhos.- Estávamos fazendo um trabalho em grupo, aí eu dei minha opinião sobre e ela começou a me esculachar de graça, só porquê o resto do pessoal concordou comigo.

Liz: Você bateu nela por isso?- parei no semáforo.

Emma: Então...- continuou a história.- Depois dela me esculachar eu deixei quieto né, não estava afim de brigar... Até aquela cabeçuda deformada pegar a foto do Lucca e sair falando dele pras meninas.- levantei as sobrancelhas.- Ela sabe que ele e eu estamos juntos, mesmo assim saiu falando sobre o quão lindo ele é.

Liz: E como você não é nada ciumenta, foi tirar satisfação?- ri e voltei a andar com o carro.

Emma: É claro!- deu de ombros.- E olha que fui na educação, mas aquela menina é nada a ver e botou minha mãe no meio do assunto cara... Eu não ia ficar quieta, quem ela pensa que é?!- balançou a cabeça com indignação.

Liz: Devia ter fechado a mão.- ela riu.

Emma: Mas e você? Vi de longe que está feliz hoje, que botou esse sorrisão aí, em?- sorriu me olhando.

Liz: Hoje é meu primeiro dia no trabalho!- sorri de orelha a orelha.

Emma: É hoje?!- perguntou afobada e então assenti.- Ai que orgulho! Certeza que vai se sair bem.- sorrimos.

Deixei Emma em casa, e fui almoçar no Bob. Pedi X-burguer e suco de melancia, comi enquanto revisava novamente as regras e então fui para a casa de Olívia.

Assim que cheguei, a faxineira me recebeu, explicou algumas coisas e voltou a limpar a cozinha. Henry já havia almoçado e estava tirando uma soneca, então me sentei na sala e resolvi fazer minha lição de casa enquanto tenho tempo.

Mais ou menos duas horas depois, o neném acordou e então fui pegá-lo. Troquei a fralda dele, descemos para a sala e então ficamos brincando de montar blocos. Quando deu três e meia da tarde, fomos para a cozinha e eu o coloquei no cadeirão.

Cortei alguns pedacinhos de maçã, coloquei num potinho e dei para o mesmo comer. Fiquei batendo um papo do bom com ele, como se eu entendesse alguma coisa do que ele fala. Após dar o lanchinho, coloquei uma sandália nos pezinhos dele, e fomos passear pela rua.

Me sinto tão bem quando estou perto de criança! Sei lá, o sorriso sincero, as mãozinhas pequenininhas e o cheirinho... Tudo isso me faz sentir um quentinho no coração.

Brinquei no parque com ele. O empurrei no balanço, descemos no escorregador e ele brincou um pouquinho na caixa de areia. Quando vi o relógio, já era quase cinco horas.

Peguei na mãozinha de Henry e fomos pra casa. Dei um banho bem quentinho nele, o vesti com um pijama confortável, penteei o pouco de cabelo e passei perfume. Quando descemos, Mônica, a faxineira, já havia ido embora.

Fomos até a cozinha, coloquei o bebê no cadeirão e fui olhar o que Mônica havia feito para a janta. Coloquei um pouco de sopa num potinho para Henry, um pouco em um prato para mim e me sentei ao lado dele.

Liz: Olha só o que a Mônica deixou para nós!- sorri e peguei um pouco da sopa com a colher.- Quer experimentar?- cheguei com a colher perto da boca dele e o mesmo virou o rosto.- Não quer?- fingi indignação.- Ah, então só eu vou comer.

Deixei a colher dele de lado e comi um pouco da minha sopa. Achei fofo o jeitinho que ele olhou, parecia curioso. Tentei novamente e ele aceitou.

Liz: Hmmm...- ele me olhou.- Gostoso?- assentiu e então sorri.- Quer mais meu amor?- abriu a boca.- Tá vendo? Nem queria comer.- ri e dei mais uma colherada para ele.

Jantamos e ficamos na sala assistindo desenho. Quando deu umas oito e meia, fiz a mamadeira dele, subimos para o quarto e então o coloquei no berço, logo entregando a mamadeira para o mesmo. Apaguei a luz do quarto e deixei a luz amarela do abajur ligada. Me sentei na poltrona do quarto e fiquei o olhando até ele pegar no sono.

Assim que ele dormiu, peguei a mamadeira já vazia, desci deixando a porta levemente encostada e arrumei as coisas na sala. Em alguns minutos a mãe dele chegou. Contei como foi o dia, e o que fizemos.

Olívia checou como está Henry, e ao vê-lo dormindo tranquilo no quarto, sorriu e se virou para mim.

Olívia: Ele chorou?- neguei.- Jantou certinho.

Liz: No começo ele negou, não queria comer. Mas depois comeu tudo.- sorri.- Seu filho é um anjinho.

Olívia: Que ótimo! Muito obrigada mesmo. Não imagina o quão importante é saber que vocês realmente se deram bem.- sorriu.- Bom, acho que não preciso de mais nada, pode ir pra casa.

Liz: Obrigada.- sorri gentilmente.- Boa noite.

Olívia: Boa noite, até amanhã.- acenou.

Desci para a sala, peguei minhas coisas e fui para o carro.

Não soube como reagir, só sorri de orelha a orelha. Ela disse mesmo "até amanhã"?! Ai meu Deus, eu fui contratada! Finalmente posso dizer que estou oficialmente trabalhando. Não vejo a hora de contar para meus pais!

Cheguei em casa saltitando, tomei um banho, coloquei meu pijama, escovei meus dentes e fui dormir sorrindo.

O Idiota do Meu VizinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora