89° Cap.

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10:00 / 01 de novembro, domingo.

Ana Liz on

Hoje mais cedo, recebi uma mensagem de Olívia, perguntando se eu estava livre para a entrevista. Óbvio que eu disse sim, então me arrumei, imprimi meu currículo que estava salvo no computador e fui até a casa dela, pois a entrevista é as 10:30.

Olívia: Bom dia!- disse sorrindo ao abrir a porta.

Liz: Bom dia!- retribuí o sorriso simpático.

Olívia: Entre, por favor.- deu espaço e eu entrei.

Nos sentamos na sala, ela serviu chá para nós duas e começou a fazer algumas perguntas.

Olívia: Me conte, tem experiência com crianças?- me olhou e tomou um gole de chá.

Liz: Tenho sim, mas nada profissional.- entrelacei meus dedos e endireitei minha postura.- Eu ajudava meu amigo a cuidar da irmã mais nova quando ela era menor. Sempre amei crianças!- sorri.

Olívia: É estudante?- assenti.

Liz: Estou cursando o último ano do ensino médio.- ela olhou alguns papéis

Olívia: Então teria somente a partir do horário da tarde disponível?- me olhou.

Liz: Sim, mas caso precise, também tenho a parte da noite.

Olívia: Nunca contratei ninguém sem experiência profissional antes, mas meus sobrinhos me falaram muito de você.- sorriu.- Me contaram como cuidou do meu bebê, e como ele ficou a vontade com você.- olhou mais alguns papéis e respirou fundo.- Por que quer o trabalho?

Liz: Como eu disse, amo crianças... Mas o real motivo é porque meu pai está doente, e eu queria ajudar com a dívida do hospital...- respirei fundo.- Sem contar que moro sozinha e preciso pagar meu aluguel.- ri fraco.

Olívia: Sinto muito pelo seu pai.- colocou sua mão sobre a minha e eu sorri.- Bom, vamos fazer um teste de como você passa o dia amanhã, e se tudo ocorrer bem, o emprego é seu!- sorriu e eu senti meus olhos brilharem de alegria.

Agradeci a mesma, ela me passou algumas regras e após sair de lá, fui até o hospital para visitar meu paizinho.

Liz: Toc toc!- disse sorrindo assim que apareci na porta.

Phillip: Ô minha querida! Que visita boa!- sorriu e eu o abracei.- Como você está, filha?

Liz: Estou bem paizinho, e o senhor?- me sentei na poltrona ao lado de sua cama.

Phillip: Ah, estou na mesma...- sorriu fraco.- Tão me enchendo de remédio, a químio está me derrubando... Mas pelo menos estou aqui.- segurei sua mão.

Liz: O senhor vai vencer isso tudo!- beijei sua mão.

Phillip: Posso perguntar uma coisa?- assenti.- Caso eu não vencesse... Você ficaria brava comigo?- sua voz embargou e seus olhos se encheram de lágrimas.

Liz: Claro que não, pai! Da onde tirou isso?

Phillip: É que eu vejo vocês pedindo tanto pra eu ficar... Tenho medo de ficarem decepcionados se eu não conseguir.- lágrimas escorreram de deu rosto e eu senti minha garganta doer.

Liz: Você é o meu maior orgulho, pai. Nunca nos decepcionaria.- fiz carinho em seu rosto e ele fechou os olhos para tentar conter as lágrimas que insistiam em sair.- Eu te amo, e sei que vai doer, sei que nunca mais vai ser a mesma coisa sem o senhor aqui...- senti meu coração apertar.- Mas se o senhor um dia não aguentar mais... - lágrimas escorreram quase que imediatamente de meu rosto.- Descansa paizinho, pode descansar.- ele apertou minha mão.

O Idiota do Meu VizinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora