Capítulo 11

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Durante todo o trageto para o lugar onde Diogo queria me levar, um silêncio mortal invadiu o carro.

Eu não conseguia falar nada. Só queria gritar, ou talvez matar minha mãe de uma maneira tão cruel, que até o diretor do filme Jogos Mortais sentiria pena dela. Eu a odiava, e já tinha perdido a conta de quantas vezes repeti isso mentalmente.

Diogo não queria me incomodar - eu acho - ou talvez ele apenas estava com medo de qual seria a minha reação caso tentasse dizer sequer uma palavra, então não disse nada.

Depois de alguns minutos em silêncio - ou será que foi horas? Eu não estava me importando muito com o tempo naquele momento. - ele enfim me olhou.

- Seria uma boa ideia eu tentar fazer você se divertir um pouco? - Perguntou medindo suas palavras.

Sem querer, meus lábios se curvaram em um sorriso. Pela primeira vez naquele dia ele estava pedindo minha permissão pra fazer alguma coisa, mesmo que de forma indireta.

- Você pode tentar. - Eu disse.

E eu podia tentar esquecer o que tinha visto, pelo menos por algum tempo, até que eu chegasse em casa e pudesse despejar toda essa merda em cima da mulher que tinha usado todas as formas de mentira pra tentar me convencer que tinha mudado.

Ele sorriu.

- Certo. Feche os olhos.

Eu obedeci sem hesitar.

- Não abra. - Ele disse.

- Tá bom.

Ele ficou em silêncio, e o único barulho que eu ouvia era do carro se movendo. Então ele parou.

- Chegamos. Continue de olhos fechados. Eu abro a porta pra você.

- Tá.

Ouvi a porta bater. Ele tinha saído. Um momento depois, estava do meu lado me ajudando a sair também.

- Venha. - Ele disse. - Cuidado. Isso. Não abra seus olhos.

- Eu não vou abrir.

Eu senti seu sorriso enquanto ele batia a porta. Então começou a me guiar sobre um chão tão suave, que eu poderia jurar que estava pisando em algum tipo de veludo.

- Onde estamos Diogo? - Perguntei lutando contra o impulso de abrir os olhos.

- Você já vai saber. Continue com os olhos fechados.

Andamos até que eu pensasse que não chegaríamos a lugar nenhum e ele só estava fazendo hora com a minha cara, então paramos.

- Tudo bem. Eu espero que você não tenha medo de altura. Pode abrir.

Eu obedeci e levei um momento para que minha visão se acostumasse à claridade, então meu queixo caiu.

Tive que curvar minha cabeça pra cima pra conseguir ver o enorme balão com listras vermelhas e pretas que estava na minha frente.

Por um momento eu não soube o que dizer. Eu sabia que Santa Teresa tinha um porto de balões, mas eu nunca tinha visto um de tão perto...

- Diogo, isso é... quer dizer, a gente vai andar nisso? - Perguntei me virando para o olhar.

Ele sorriu. Oh, Deus... Ele não tem nenhuma ideia do que esse sorriso faz comigo!

- Não se anda de balão, princesa. A pergunta correta seria: "Vamos voar nisso?"

Oh... Certo.

- Estão responda.

- Sim. Se você quiser.

Apostas do destinoWhere stories live. Discover now