Capítulo 20

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Eu estava sentada sozinha no fundo da sala batendo meus dedos repetidamente na mesa quando Diogo entrou trazendo uma bandeija nas mãos. Eu franzi minha testa, mas ele sorriu quando me viu.

- Devia ter saído da sala, baby. Somos o assunto do dia hoje.

Ah... é claro que somos.

Ele depositou a bandeija na minha frente, contendo um sanduíche, um copo de suco e uma maçã.

- Isso é pra mim? - Perguntei quando ele se sentou na minha frente.

Ele sorriu.

- Se não consegue se cuidar, acho que vou precisar fazer isso por você.

Revirei meus olhos.

- Eu só não estava com fome, mas obrigada. - Peguei o sanduíche. - Evellin veio falar comigo hoje.

Sua testa enrugou.

- O que ela queria?

- Parece que ela está aceitando bem a ideia de nós dois estarmos juntos agora. Na verdade, aceitando bem até demais. - Respondi enquanto comia.

- Eu não acho que devemos nos preocupar com ela.

- Algo não está fazendo sentido. - Insisti. - Ela parece... conformada demais. Eu não agiria assim se tivesse perdido alguém que eu gostasse.

- Ela é capaz de surpreender muita gente. - Diogo sorriu.

- Não é só isso... - Balancei minha cabeça. - Algo na expressão dela me fez acreditar que ela está muito confiante. - Desviei meu olhar confusa, tentando juntar os fatos pra entender porque ela estava tão normal. - Eu não sei... Não costumo estar enganada. - Mordi meu sanduíche de novo

- Está com medo?

Olhei pra Diogo.

- Não. Estou desconfiada. Tem alguma coisa errada nisso tudo...

- Talvez ela só está tentando ser legal.

Estreitei meus olhos pra ele.

- Por que eu tenho a sensação de que está tentando defender ela?

Ele sorriu.

- Baby, eu não estou defendendo ninguém. Só não quero que ela fique no meio da gente. - Ele acariciou meu rosto. - O que você vai fazer depois da aula?

Eu sabia que estava fugindo do assunto mas resolvi não discutir.

- O mesmo de sempre. Caso minha mãe tenha chegado, vou fingir que ela não existe e ir dormir.

- Ah... eu tenho certeza que vou me arrepender disso, mas já que promessa é dívida, você quer ir na minha casa?

Parei meu sanduíche no caminho entre a bandeija e a boca.

O que? Por acaso ele tinha esquecido que o padrasto dele tentou me estuprar? O que ele tinha prometido? Que me levaria até lá pra ele terminar o serviço?

Estremeci.

- Ei. - Diogo percebeu minha expressão e se aproximou de mim. - É só Nicolas que quer te ver, eu já disse. Não vai acontecer nada com você.

Ele ainda não tinha entendido. Apenas o fato de eu estar no mesmo planeta que Ricardo já fazia todo o meu corpo se arrepiar, quem dirá estar na mesma casa...

- Desculpa, mas eu realmente não quero ir.

Diogo deu de ombros e um leve sorriso nasceu em seus lábios.

- Tudo bem. Na verdade eu não queria que você fosse mesmo.

Levei um momento para ordenar meus pensamentos. Nicolas não estava bem por minha causa, e agora queria me ver. O que mais eu podia fazer além de realizar seu desejo? Isso era o mínimo...

Apostas do destinoHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin