- Está tão calado... - Eu disse enquanto Diogo dirigia. Desde que saímos de Santa Teresa, um silêncio agonizante invadia o carro. Ele sorriu.
- Só estou pensando.
- Em que?
Ele me olhou com as sobrancelhas erguidas.
- Que foi? Quando estávamos no balão você me fez te dizer o que eu estava pensando, agora é minha vez.
Ele sorriu e levou um momento pra responder.
- Em você.
- Isso foi muito vago. - Retruquei.
Seu sorriso cresceu.
- Estou pensando em como você não cansa de me surpreender.
- Eu surpreendi você?
- Já está se tornando profissional nisso.
- Como?
- Quer uma lista?
- Eu adoraria.
Ele pensou por um tempo.
- No dia em que nos conhecemos você pareceu imune a mim. Isso me frustrou. Foi a primeira menina naquela escola que não se jogou em cima de mim nem fez nenhuma insinuação quando eu comecei a conversar com você.
Minhas sobrancelhas se ergueram com a surpresa.
- Me sinto lisonjeada.
Ele riu.
- Você não foi na festa em que eu te convidei pessoalmente. Na boa... quem recusa ir a uma festa minha?! A maioria das alunas seriam capazes de vender a própria virgindade por um convite.
- Okay, agora você está exagerando. Era só uma festa...
Ele riu de novo.
- Você me deu o maior fora quarta feira, quando eu te convidei pra sair... e sexta, quando eu achei que você estava indo embora e nunca mais olharia na minha cara, você simplesmente voltou e me beijou. Isso foi... chocante.
Fiquei vermelha.
- Próximo tópico.
- A princípio você parecia ser o tipo de garota que não conseguia falar nem se comunicar com ninguém, como se estivesse sozinha em um mundo só seu. Eu cheguei a pensar que você era autista.
- Nossa... isso sim é pensar longe...
- Mas hoje você superou todas as minhas expectativas. São tantas as pessoas que te amam... é tão fácil ser cativado por você, Luna.
Por um momento eu não soube o que responder. Ele estava falando isso por experiência própria ou com base no que viu hoje?
- Eu acho que vou ter que melhorar um pouco nisso. - Eu disse. - Algumas pessoas da sua equipe de apoio, por exemplo... não pareceram gostar de mim.
Ele sorriu.
- Eles gostaram. Foi só um choque pra eles. Você é a primeira garota que voa comigo.
Meu queixo caiu.
- O que? Como assim a primeira?
- O balão é como um lugar sagrado pra mim. Não é qualquer um que eu levo lá dentro.
Minha boca ainda estava aberta.
- Então... a Evellin não...
- Não. Nem a Evellin nem ninguém. Você é a primeira e única.
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Apostas do destino
RomanceDepois do trágico acidente que matou seu pai, Luna se vê obrigada a mudar de cidade com a mulher que considera sua pior inimiga: sua mãe. Aos dezesseis anos, Luna nunca se apaixonou e nem pretendia se apaixonar... até conhecer Diogo, namorado da úni...