Capítulo 34

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Diogo narrando:

Acordei sem saber o que eu tinha feito na noite passada.

Ressaca? Oh, sim... talvez eu estivesse de ressaca.

Abri meus olhos devagar. Minhas pálpebras pareciam tão pesadas que era como se eu não as movesse por meses. Maldito álcool...

Mas eu não me lembro de ter ido a alguma festa. Teve alguma festa? Ou eu bebi com Cristiano e Leonardo em algum bar de esquina? Merda... o que aconteceu na noite passada?

E então uma série de novas dúvidas surgiram em minha mente quando abri os olhos, encontrando um emaranhado de cabelo negro sobre meu braço. Do outro lado, um soro que eu não fazia ideia do que era invadia minhas veias através da mangueira. Sobre meu tórax, alguns cateteres estavam fixos como se eu estivesse em coma, mantendo o monitor cardíaco funcionando. Aquilo definitivamente não era o meu quarto.

Mas que raios estava acontecendo?!

Tentei tirar minha mão do alcance da garota adormecida, mas só o que consegui fazer foi torcê-la levemente como se de repente ela tivesse se tornado pesada demais para mim. Não consegui evitar meu gemido de frustração.

Quem é essa garota?

O que aconteceu?

Certo. Tirar minha mão do alcance dela fracassou, mas ao menos minha tentativa serviu para despertá-la.

Isso, lindinha... olhe pra mim e clareie minha mente.

A garota se contorceu antes de soltar um suspiro que mais parecia um gemido, levando a mão atrás do pescoço enquanto levantava a cabeça, e, lentamente, olhava para mim.

Por um segundo congelei sob seu olhar. Ela parecia em estado de choque, piscando seus olhos negros pra mim.

Olhos negros... por que eu os achava familiar? Eu já a vi antes? Onde?

Ela não me era estranha. Cabelos e olhos negros... pele pálida... leves olheiras denunciando noites de sono mal dormidas... eu a conheço?

Tentei consultar minha mente enquanto ela continuava me olhando como se eu fosse Hitler ressuscitado, mas apesar de achar seu rosto incrivelmente familiar, eu não me lembrava dela. Talvez eu a conheci na noite passada enquanto estava bêbado.

Mas por mais que meu inconsciente quisesse negar, eu estava começando a achar que não existiu uma noite passada. Não existiu álcool. Nem festa.

Eu sequer me lembro de ter acordado ontem...

- Você está acordado.

Oh, ela falou!

Me peguei agradecendo aos anjos celestiais por ter feito ela falar primeiro. Eu certamente não saberia o que dizer se essa tarefa coubesse a mim.

- É... eu acho que sim.

Ela soltou o ar que estava prendendo, e antes que eu pudesse me dar conta do que viria a seguir, se levantou da cadeira e me agarrou em um abraço apertado, rindo e chorando ao mesmo tempo.

Mas que merda...?!

Não sei se o gemido que soltei foi pela fisgada em meu peito consequente da sua atitude desesperada ou pelo ataque surpresa. Bem... eu gosto de abraçar garotas bonitas, mas certamente seria mais prazeroso se eu soubesse quem ela era.

- Oh, desculpa. - Ela disse ao se afastar, felizmente se dando conta de que essa não era a melhor coisa a se fazer. - Eu só... eu só... eu não acredito que você acordou! Eu estou tão feliz.

Levando a mão ao rosto, ela secou uma lágrima que escorreu, e então outras duas vieram depois dessa.

- Eu posso ver que você está. - Respondi calmamente, tentando adentrar na parte das apresentações sem parecer um grosso.

Apostas do destinoDär berättelser lever. Upptäck nu