Capítulo 16

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Meu sangue congelou nas veias quando vi o Sonata preto brilhante que tinha acabado de ser estacionado na garagem de Karen. Mas o que realmente me chocou não foi o carro. Foi o motorista que saiu dele.

Diogo estava incrivelmente atraente dentro do seu terno preto feito sob medida e gravata azul escura listrada. Ele tinha cortado o cabelo o suficiente para que os fios não caíssem mais sobre a testa, e agora estavam levemente espetados pra cima de uma maneira sexy e... oh Deus, ele estava espetacular!

Minha temperatura subiu vários graus enquanto ele dava a volta no carro para abrir a porta traseira, ajudando Karen - sua mãe?! - a sair.

Ela também estava linda, é óbvio, mas eu mal prestei atenção nela. Meus olhos não conseguiam se desviar do sonho em forma de gente que agora eu descobri que era seu filho.

Algumas lembranças escondidas no fundo da minha mente começaram a retornar, agora fazendo sentido. Me lembrei vagamente do dia em que Evellin se apresentou pra mim e mencionou que o nome do seu namorado era Diogo Strorck... na loja de vestidos, Nicolas disse que seu sobrenome era... Strorck!

A aparência deles era idêntica! Deus, como eu pude não perceber?! O mesmo cabelo escuro como a noite e olhos verde-esmeralda. O mesmo jeito de andar e se mover... Diogo não tinha pai. Nicolas também não... É claro! Eu tinha que ter notado que tantas coincidências não eram...

De repente todos os meus pensamentos perderam o foco quando os olhos de Diogo me encontraram. Mesmo com a distância que nos separava, eu pude ver a surpresa em seu rosto. Ele ficou me olhando imóvel por vários segundos com os olhos mais abertos do que o normal, e eu sabia que sua expressão estava refletindo a minha.

- Luna. - Ouvi vagamente Nicolas me chamar, então me virei lentamente, ainda sem conseguir esconder a expressão de quem acabou de ver a morte de perto do meu rosto. - Você está bem? Está pálida... quer se sentar?

Droga. Eu pisquei enquanto meu cérebro voltava a funcionar.

Irmãos. Certo. Eles eram irmãos. Isso já tinha feito sentido, agora eu só precisava... bem, agora eu só precisava encontrar um jeito de desaparecer.

- Eu estou bem. - Tentei soar convincente, mas minha voz saiu por um fio. Eu mal conseguia falar!

- Você não parece ter tanta certeza. Venha, vamos comer alguma coisa. Você deve estar com fome.

- Luna! - Eu me virei novamente quando a voz de Karen chamou meu nome. - Oh, querida. Você está linda! - Ela me abraçou, mas dessa vez não deu o beijo estalado em meu rosto. Um buquê de flores vermelhas estava arrumado perfeitamente em sua mão.

Eu não consegui retribuir seu abraço. Por mais que meu cérebro mandava meu corpo se mover, ele simplesmente não obedecia. Apenas fiquei encarando Diogo, enquanto ele me encarava de volta a menos de um metro de mim.

- Eu fui informada sobre as mudanças de plano. - Ela disse quando me soltou. - Você não se importa em ser a noivinha?

Levei um momento pra responder. O que ela tinha me perguntado...?

- Anh... não. Eu acho que não. - Quer dizer, agora eu já não tinha tanta certeza.

- Ah que bom. Sendo assim, deixe-me te apresentar. Esse é Diogo, meu filho. Diogo, essa é Luna, filha da minha secretária.

Nossos olhos ainda estavam presos um no outro com as mesmas expressões, e eu não sabia se era possível que Karen e Nicolas não tivessem percebido. Então, depois de três longos segundos, ele balançou a cabeça, se virou e saiu, sem dizer nem uma palavra.

Karen franziu a testa surpresa, olhando pra suas costas enquanto ele se afastava, então se virou pra mim novamente em menos de dois segundos.

- Me desculpe... acho que ele não está aceitando muito bem a ideia do casamento. - Mas ela não parecia muito convincente.

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