3 anos depois...
Dei duas batidas na porta antes de abrí-la, mas antes que eu ou Diogo pudéssemos dizer qualquer coisa, Stephan passou debaixo do meu braço e entrou feito um furacão no escritório do pai.
- Papai, papai! - Ele gritou se atirando nos braços que já o aguardavam.
- Ei, filhão. Quanta animação...
- Olha o que eu encontei com a Nana! - Stephan estendeu um dos seus carrinhos vermelhos, seus olhos brilhando de euforia.
- Está brincando! Nós procuramos por esse carrinho durante todo o verão. - Diogo respondeu com o sorriso que eu jamais me cansaria de ver.
- O fogão comeu ele, papai.
Dessa vez eu ri, me aproximando deles.
- Acredite se quiser, amor. Nanda encontrou o carrinho dentro do fogão.
- Como isso foi parar dentro do fogão?
- O fogão comeu ele!
Stephan quase parecia estar tentando se defender de algum crime, tamanha a veracidade com que ele anunciava isso. Eu e Diogo não conseguimos evitar o riso.
- Tudo bem. Coloque seu carrinho na sua coleção. - Diogo pediu colocando o filho no chão e apontando com o queixo para a pista de brinquedo que estava no canto do escritório, cercada por carrinhos de vários tamanhos.
Stephan desceu do colo e correu para onde era mandado, começando a brincar sozinho e imitar o barulho dos carros com a boca.
Eu o observei por poucos segundos antes de me voltar para Diogo, que por sua vez encarava fixamente a tela do computador com testa levemente franzida.
- Está tudo bem? - Perguntei.
Ele olhou pra mim e assentiu.
- Claro. E você?
Estreitei os olhos.
- Tem certeza?
Era extraordinariamente incrível a conexão que eu e Diogo criamos em três anos. O que temos agora faz tudo o que passamos antes do nascimento do Stephan parecer patético. Criamos um elo invisível entre a gente, algo que nos fazia enxergar além do que o outro estava disposto a falar. Sabíamos nos entender e ler um ao outro apenas pelo olhar.
E naquele momento, seu olhar transmitia para mim claramente que ele não estava sendo exatamente sincero ao alegar que estava tudo bem. E ele estava ciente que eu sabia disso.
Depois de me encarar em silêncio por longos segundos, Diogo suspirou cansado e estendeu a mão para mim.
- Vem cá.
Caminhei até a mesa e dei a volta para alcançar sua mão, então ele me puxou para que eu ficasse sentada em seu colo e beijou meu pescoço.
- Você tem um cheiro incrível... - Sussurrou baixinho, seu hálito contra a minha pele.
Um arrepio típico de momentos assim percorreu todo meu corpo, mas considerando que meu filho estava brincando inocentemente a apenas alguns passos de distância, eu resolvi ignorar o frio na barriga e olhei a tela do computador. E então, instantaneamente, eu soube o que estava perturbando meu esposo.
- Vocês pareciam felizes. - Eu disse.
Ele parou de me beijar. Sua boca congelou em minha pele, mais especificamente na metade do caminha entre minha orelha e meu ombro direito, e então, lentamente, ele quebrou esse contato íntimo e me puxou para mais perto, como se tivesse a necessidade de me abraçar o mais apertado possível.
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Apostas do destino
RomanceDepois do trágico acidente que matou seu pai, Luna se vê obrigada a mudar de cidade com a mulher que considera sua pior inimiga: sua mãe. Aos dezesseis anos, Luna nunca se apaixonou e nem pretendia se apaixonar... até conhecer Diogo, namorado da úni...