● Capitulo 3 ●

1.3K 98 22
                                    

|Ângela|

"S-sou a Ângela."- Digo nervosa, olhando para o chão.

"André."- Ele coloca sua mão sobre a minha.

"Merda a bófia já está lá fora!"- os assaltantes falam entre si.

"Vocês despachem isso!"- o magricela avisa, sempre com a arma alinhada na nossa direção.

O segurança tinha uma camisa, desabotoo alguns botões e com os dentes rasgo a mesma ficando assim com uma tira da largura da sua cintura, com calma tento limpar a ferida com ajuda de André mas aquilo estava muito feio. Ato o pedaço de camisa fazendo pressão na ferida para ver se conseguíamos estancar o sangue. Ele tem de ir para um hospital.

"Obrigado."- o segurança mexe os lábios.- "Não me deixei ir por favor, mantenham-me acordado, tenho uma família lá fora que espera por mim."- ele pede e lágrimas caem sobre a minha face ao ouvir as suas palavras.

"Nós vamos sair daqui todos, não se preocupe."- André tenta ser positivo.

Passaram-se largos minutos que mais pareciam séculos e claro que não deixamos o pobre do segurança. Nunca mais haviam maneira de nos tirar daqui. Pela primeira vez na minha vida estou com medo, quero sair daqui. Mas rapidamente me distraio com outra coisa, ou melhor, pessoa, que estava bem á minha frente.

Porque é que ele quis vir comigo? Será que ele também me viu no café? Perguntas enchiam a minha cabeça á medida que ia apreciado todos os traços do corpo do rapaz, mas que corpo!

"Porque é que quiseste vir comigo?"- a pergunta sai-me da boca sem eu pensar duas vezes, logo me arrependo.- "Quer dizer, vir tratar do segurança como é óbvio."- tento emendar-me. Um pequeno sorriso forma-se na sua cara, por isso penso que ele percebeu o que acabou de acontecer.

"Primeiro eu estava preocupado com o segurança, segundo eu não podia deixar-te vir para aqui sozinha. Eu sei bem como é que aqueles nojentos têm olhado para ti, ainda se podiam era aproveitar de algum modo."- sussurra enquanto eu tento manter o segurança acordado.

"Obrigada."- falo-lhe como se as palavras viessem do fundo do meu coração, e de facto, vieram mesmo.

O telefone toca e eu dou um pequeno salto, tudo o que acontecesse agora, mesmo o mínimo barulho assustava-me. Eu estava assustada.

"Ora diga lá senhora inspetora."- o com cara de tigre senta-se num banco colocando as pernas em cima da mesa de vidro á sua frente.- "Claro que podemos negociar querida. Queremos um helicóptero cheio de putas e vinha verde, volte a ligar-nos apenas quando o tiver. Obrigada de nada."- ele desliga o telefone fixo e volta para a sua posição anterior que era junto do gerente mas o telemóvel volta a tocar e ele volta a atender bufando.- "Já têm o que pretendemos? Elá foram rápidos... Claro que está tudo bem querida, quer dizer, quase tudo... Oh boneca mas nós estamos calmíssimos os reféns é que estão um bocado agitados, parece que tão com medo e tal... Estão ótimos já te disse!"- volta a desligar o telefone.

"Eu tenho um telemóvel."- Sussurro para André. Eu já não conseguia estar aqui mais, eu sei que estava a arriscar demasiado, mas eu tinha de nos salvar a todos, não pode acontecer mais nenhum desgraça.

"Tu és louca?! Se eles te descobrem isto não vai correr nada bem para o teu lado."- fala preocupado.

"Tive uma ideia, apenas fica aqui, está bem?"- ele assente com a cabeça.- "Eu queria ir á casa de banho."- falo mais uma vez para os assaltantes. Eu não sei de onde me veio tata coragem, porque por dentro eu estou a tremer mais que um vibrador!

I Found You - |André Silva|  ✔ Where stories live. Discover now