● Capitulo 4 ●

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|André|

"Mano, André, estás a ouvir-me?"- a minha visão estava um pouco turva devido a estar já com o efeito da anestesia que os paramédicos me deram.- "Como é que te sentes?"- ele questiona olhando para os paramédicos já dentro da ambulância, pelo que me apercebi ele está a falar comigo a mando dos médicos, para eu não me ir abaixo enquanto eles me ligam a todas aquelas maquinetas.

"Um pouco zonzo, não sinto o meu corpo...e com fome também."- fecho um pouco os olhos mas volto a abri-los.- "Onde está a Ângela? Eu preciso de falar com ela, ver se ela ficou bem.."- falo pausadamente. Estava preocupado com Ângela, embora tenha levado um tiro por ela, não sei se ficou mesmo tudo bem.

"Quem é a Ângela? Deves estar a alucinar só pode."- Afonso abana negativamente a cabeça.

"Onde está o Hugo e o Carlos? Eles sabem que ela é."- molho os meus lábios, tinha-los demasiado secos.

"Eles foram de carro, só poderia vir um de nós contigo na ambulância."- explica.

"Menino André"- a enfermeira fala-me em inglês.- "Agora vou pedir que descanse um pouco, estamos quase a chegar ao hospital."- faço o que a rapariga me diz e fecho os meus olhos. Sinto-os cada vez mais pesados e as vozes cada vez mais distantes. Dou-me por vencido e adormeço.

|Ângela|

André e a imagem de ele a ser baleado á minha frente não saíam dos meus pensamentos. Será que está bem? Para onde foi?

"Na verdade, eu acho melhor ir ao hospital."- Arranjo uma desculpa. Tinha de saber como é que o rapaz que me salvou a vida estava.

"Mas doí-te alguma coisa, querida?"- a minha progenitora questiona.

"Um pouco a cabeça, não que me tenha acontecido alguma coisa, mas tenho algumas dores."- Digo o que me vem á mente.

"Está bem filha."- a minha mãe sorri.- "Manda é só uma mensagem ao teu pai a dizer que vamos ao hospital, ele foi para casa e ficou com a ideia de que também íamos."

"Mas não precisas de ir comigo mãe, eu já sei tratar de mim."- Respondo-lhe enquanto mando a mensagem ao meu pai.

"Deixa de ser casmurra por uma vez na vida Angie, acabaste de sair de um assalto, uma cena traumatizante, claro que te acompanho ao médico. Meu amor, tu deverias era falar também com um psicólogo, só uma vez ou duas, ele pode ajudar-te a superar isto."- aconselha.

"Achas que sim?"- ela assente. A verdade é que ainda continuava deveras assustada com o que acabou de se passar.- "Então pode ser, não custa experimentar."- sorrio.

"Eu falo lá com o doutor Smith que o filho dele é que é o especialista nessa área e arranja logo um espacinho para ti."- Isto de ter uma mãe enfermeira é outro nível.

Dentro de poucos minutos tínhamos chegado ao hospital o qual minha mãe trabalhava. Entramos e ela começa a cumprimentar todos os funcionários e na receção fala com a Brenda, uma senhora já de idade, explicando a situação. Ela diz-nos para esperarmos um pouco que já ia chamar o tal Psicólogo.

"Vou só á casa de banho, volto já princesa."- A minha mãe deposita-me um beijo na testa e eu aproveito a sua ausência para procurar por André. Não ia muito longe apenas com o primeiro nome, mas visto que este é o único hospital aqui da zona, retirando o hospital pediátrico é óbvio que ele veio para aqui.

"Brenda, não é?"- Dirijo-me á senhora amiga da minha mãe.- "Pode-me dizer se algum André que também veio do assalto de ambulância já deu entrada?"- Ela analisa no seu computador a entrada de novos pacientes.

I Found You - |André Silva|  ✔ Where stories live. Discover now