6. Primeiro Dia

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Uma semana depois

_ Bom dia Los Angeles, mas um....- Paro meu despertador antes que o locutor fale mais uma palavra.

É impressionante a capacidade humana de odiar alguém que não conhece. Eu nunca vi este locutor, mas toda vez que escuto sua voz pela manhã, tenho vontade de joga-lo de uma janela qualquer.

Levanto sentindo a preguiça me dominar e me arrasto até meu banheiro. Por que tinha que ser tão longe?!

Tiro minhas roupas e entro embaixo da água...gelada. Claro porque a segunda-feira não poderia ser diferente.... Espera....

_ Hoje é segunda-feira!

Termino meu banho o mais rápido que posso e visto a primeira coisa que encontro na reta. Saio do meu quarto e desço correndo as escada, parando na entrada da cozinha.

_ Mãe hoje é segunda-feira!- Digo eufórica e lhe dou um beijo no rosto.

_ É sim. Só não entendi o por que de toda essa animação.- Ela fala com um sorriso, enquanto serve meu café da manhã.

_ Eu combinei de encontrar o Afonso hoje lá no Flor da Manhã. Hoje será meu primeiro dia e eu já estou lotada de ideias.

_ É mesmo, eu havia me esquecido. Ando tão esquecida ultimamente.- Fala com pesar e eu sei bem ao que ela se refere. O tumor está afetando parte de sua memória e isso muito me preocupa.

_ Ainda bem que eu estou aqui com a senhora e minha memória é ótima.

_Você tem razão minha querida. Mas me diga, você realmente se sente bem para ir ao trabalho?- Ela me pergunta.

_ Eu estou ótima. Uma semana enclausurada nessa casa sem poder fazer nada, já foi mais do que suficiente. Você e o Afonso deveriam parar de se preocupar tanto.- Percebo tarde de mais o que disse e o olhar sugestivo da minha mãe, só me confirma que falei mais do que deveria.

_ Então quer dizer que aquele deus grego esta preocupado com você. Vocês tem se falado muito ultimamente minha filha?- Ela levanta uma das sobrancelhas inquisidora.

_ Nãe para! Não é nada disso que a senhora está pensando. Nós somos sócios e é normal que ele se preocupe com minha saúde, até porque ele teve sua parcela de culpa em meu acidente.- Digo enquanto termino de tomar meu café.

_ Sei, vou fingir que acredito.- Ela senta e começa a comer enquanto eu a observo incrédula.

O que será que passa na cabeça dela, para pensar que um homem como o Afonso se interessaria por alguém como eu.

👑👑👑

Termino de me arrumar e desço já com minha bolsa em baixo do braço. Passo pela sala e dou um beijo em minha mãe, que está deitada no sofá assintindo tv.

_ Não se esqueça que hoje a senhora tem quimioterapia as 17h. - Digo a ela que me olha desanimada.

_ E tem como esquecer....- Ela fala melancólica.

_ Assim que sair da lanchonete eu irei busca-la para tomarmos um sorvete, o que acha?- Tento anima-la e ela sorri.

_ Acho que você está tentando comprar minha felicidade com sorvete.- Ela sorri enquanto balança a cabeça negativamente.

_ E está funcionando?- Pergunto.

_ Talvez.- Ela sorrio.

_ Para mim é o suficiente. Tenho que ir, tchau.

_ Tchau meu amor e boa sorte.

Eu lhe dou um beijo na bochecha e saio de casa seguindo para o ponto de ônibus, que por sinal é bem longe de onde moramos.

Uma princesa GG Onde as histórias ganham vida. Descobre agora