51. Conversa Franca

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_ Acho melhor irmos para o meu escritório.- Diz a rainha.

_ Vá na frente.

Ela segue pelo corredor de maneira graciosa e eu vou atrás dela ainda tentando conter meu impulso de joga-la da escada mais próxima.

Assim que chegamos ao fim do corredor ela abre uma das porta e da espaço para que eu entre. Estou irritada de mais para prestar atenção na decoração a minha volta, e tudo que espero é que essa conversa acabe logo.

_ E então?- Pergunto assim que ela se senta a minha frente.

_ Eu gostaria de te convidar a me ajudar com o cardápio do jantar beneficente que farei no sábado.- Ela fala de maneira neutra.

_ Você poderia ter me perguntado isso no corredor.- Falo o óbvio.

_ Eu poderia, mas acho que esse é um bom momento para nos conhecermos melhor e quem sabe até nos tornarmos amigas. Meu filho parece realmente gostar de você e se esse casamento for a diante, eu quero poder fazer parte disso.

Sorrio largamente ao concluir o que eu já esperava. Ela realmente achou que isso daria certo?!

_ Amelia vamos ser sinceras aqui. Você realmente acha que eu sou idiota, não é?

_ Eu não sei do que está falando.- Sua postura não vacila um milimetro.

_ A não? Então eu vou explicar. Não é segredo para ninguém que você me odeia, e não me leve a mal, mas você também não é minha pessoa favorita no mundo. E agora magicamente você decide que quer deixar nosso desagrado mútuo de lado para que sejamos amigas, logo agora que sua querida sobrinha e ex pretendente do meu noivo está aqui.

_ Sei que parece absurdo, mas é a verdade. Meu filho deixou bem claro que vai se casar com você apesar da minha opinião e eu não posso fazer nada além de aceitar.- Ela fala com pesar e eu não acredito em uma única palavra que sai da sua boca.

_ A senhora não me parece do tipo que aceita a derrota fácil assim.

_ E não sou, mas eu amo de mais o meu filho para que ele se afaste de mim novamente. Por isso eu estou passando por cima do meu orgulho e vontade, para estabelecer uma trégua.- Sua voz é mansa e eu provavelmente acreditaria nela se o meu alerta não estivesse a mil em minha cabeça.

Ai tem coisa, mas nada me impede de ver no que essa "trégua" vai dar. Afinal é sempre bom manter os inimigos onde se possa ver.

_ Tudo bem. Eu aceito a trégua; - Eu estendo a mão em sua direção e ela sorri largamente enquanto à aperta. - Mas não espere que sejamos amigas, por que isso não vai acontecer. Agora se me der licença, vou me recolher.- Falo já me levantando e indo em direção a porta.

_ Tenha bons sonhos Ametista.- Ela fala atrás de mim, e um arrepio passa por minha espinha.

Agora é oficial, eu tenho que ficar de olhos abertos com essa mulher e com aquela sobrinha cobra dela.

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Volto para o quarto ainda sentindo aquela sensação estranha pairando sob minha cabeça, mas decido por esquecer isso antes que eu comece a ficar paranóica.

Uma princesa GG Where stories live. Discover now